Taça da Liga: Vitória de Guimarães – Sporting (declarações)

Rui Vitória (treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa): "Não materializámos em golo o caudal ofensivo que acabámos por ter. Na alta competição é fundamental a eficácia e a competitividade do jogo. Fizemos coisas bem feitas e acabámos por trabalhar, mas não deu a vitória. Foi um resultado injusto. O Sporting foi coeso defensivamente, conseguiu suster o nosso ataque, mas uma equipa que tem 17 cantos e 30 cruzamentos tem de fazer golo numa dessas bolas.

Tivemos uma série de bolas a circular ali e faltou, no fundo, empurrar a bola para a baliza. Há momentos em que as coisas correm melhor, outros em que não correm tanto. Quando uma equipa não concretiza, tem de ser penalizada. Não há nada a fazer a não ser trabalhar cada vez mais, focarmo-nos cada vez mais e estar ligados ao jogo. Na parte final do jogo, faltou sentido prático. Quisemos `adornar´ demasiado os lances.

A ineficácia é um dado que caracteriza aquilo que se passou. Em relação ao desempenho, a minha equipa fez um jogo contra um adversário, neste caso era o Sporting, que, quando tem jogadores contratados por 1, 2, 3 milhões de euros, tem de certeza qualidade. No ponto de vista da preparação, não entrámos nesse discurso.

[Sobre os quatro jogos seguidos sem fazer golos] Há um dado objetivo: não conseguimos fazer golos. Não falo em crise. Quando tive cinco jogos consecutivos a ganhar, não fui na onda de que isto não parava. Temos de passar estas fases, e isto serve para o crescimento destes jogadores. É típico das equipas ter estes períodos. No início, fazíamos muitos golos em poucos cantos e poucas jogadas.

Os jogadores não pensam da mesma forma que o público em geral. Os jogadores entregam-se, os jogadores dedicam-se. Acabámos o jogo com poucas faltas, o que quer dizer que fomos pouco competitivos.

[Sobre o litígio entre Marco Silva e Bruno de Carvalho] Não sou ninguém para comentar o que quer que seja. Não fico indiferente, porque somos colegas, mas são situações que acontecem. O futebol é isto.

[Sobre o possível reforço da equipa] No início da época, não estivemos agarrados àquilo que faltava ou poderia faltar. Se vier alguém, vem, se não vier, é com estes que vamos à luta. Foi com estes que fizemos um brilhante início de campeonato. Não vale a pena estar a fazer cenários."

Marco Silva (treinador do Sporting, à TVI): "Fui um treinador normal, às vezes um bocado mais expansivo, se calhar hoje nem tanto. Concentrado no jogo e naquilo que é o trabalho dos meus jogadores.

Está mais do que na altura, até pela dimensão do clube e da sua grande massa adepta, de pararmos com essa história de que o treinador está sisudo e que não se ri. Há tanata coisa para se ver num jogo de futebol, não me parece o mais importante, até quando dois grandes clubes se defrontam.

Viemos para discutir o jogo e isso para mim é o mais importante. Foi um jogo difícil para nós, já sabíamos, em que tivemos que atuar em alguns momentos de uma forma diferente daquilo a que estamos habituados e que trabalhamos. Tínhamos muitos jogadores com pouco ritmo de jogo e até os da equipa B, que mesmo jogando o seu ritmo era completamente diferente. Em alguns momentos da primeira parte, o Vitória esteve por cima, mas, mesmo sem grandes oportunidades, conseguimos marcar na única oportunidade que tivemos.

Sinceramente não é o mais importante. Há decisões que não sou eu que tomo. Da mesma forma que entrei neste grande clube, é como trabalho neste momento e como me sinto.

[Adeptos] Apoio muito importante para mim e faz-me trabalhar mais e estar cada vez mais feliz naquilo que é a minha profissão.

Desde o primeiro dia que entrei no Sporting que têm sido fantásticos no apoio que têm dado, mesmo num ou noutro momento mais difícil, nunca nos deixaram, senti sempre um grande apoio deles, tanto quanto apoio os meus atletas."