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AVB e Benítez: Dois treinadores, dois desafios de reputação

Na semana que acabou, dois treinadores de renome conheceram dois acontecimentos muito significativos para as suas reputações. Um começou uma nova aventura, outro a preparar a despedida ao atual clube.

AVB e Benítez: Dois treinadores, dois desafios de reputação

André Villas-Boas fascinou meia Europa com um ano absolutamente notável ao serviço do FC Porto. Tão bom que a muitos fez recordar os primeiros tempos de Mourinho. Roman Abramovich foi certamente um deles, tendo contratado o treinador português em 2011-2012.

A primeira experiência em Inglaterra correu mal. A segunda começou bem, mas acabou sem glória. O primeiro ano no Tottenham foi muito interessante, conjugando pontos e bom futebol. O segundo não foi particularmente feliz em nenhum dos dois aspetos. Por isso, Villas-Boas abandonou os Spurs com a temporada 2013-2014 ainda a decorrer. Hoje está no Zenit, a caminho de terminar a segunda e última época completa (entrou no início de 2014). Sem nunca ter feito um brilharete na Liga dos Campeões e com a liga local muito complicada.

Pelo caminho, muitas vezes o nome de André Villas-Boas foi associado a clubes grandes, como o Barcelona. E depois da aventura russa, ainda será? Se o FC Porto do treinador português era aliciante, apenas o seu primeiro Tottenham conseguiu convencer verdadeiramente entre as aventuras que se seguiram. Nos restantes desafios, não houve títulos de relevo nem futebol de encantar. Um campeonato russo ao serviço do todo-poderoso Zenit, ao fim de cinco anos, é muito pouco para quem chegou a prometer tanto. E a Liga dos Campeões foi sempre um castelo por tomar, ora ficando pela fase de grupos ora caindo aos pés do Benfica, um oponente com mais História, mas muito menos investimento.

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Por isso, o próximo desafio de Villas-Boas será particularmente relevante para a sua reputação: uma nova imagem que não seja extraordinária limitará vincadamente as opções de futuro de Villas-Boas. Daí que a questão acima resuma bem o atual momento da carreira do ainda treinador do Zenit: hoje ainda é falado para os maiores clubes da Europa? Não me parece. E se o quiser ser terá de escolher bem o próximo destino.

Rafa Benítez pode ser um bom exemplo para Villas-Boas: mesmo estando ainda numa patamar superior em termos reputacionais, parece-me. Depois do falhanço no Real Madrid, depois de uma passagem sem sal pelo Nápoles, depois de se ter sujeitado a ser uma espécie de treinador interino no Chelsea, Benítez acabou no Newcastle United. Os magpies são um clube apaixonante e com grande História, mas estão muito longe de ser um colosso europeu, atualmente.

Benítez, um dos treinadores de elite, joga correntemente para garantir a manutenção do Newcastle na Premier League. É certo que estará pelo Norte de Inglaterra à custa de muito dinheiro, mas não deixa de ter feito uma escolha estranha: o espanhol arrisca-se a ficar associado a uma descida de divisão, na pior das hipóteses. Não me parece que tenha feito a opção ideal para reabilitar uma imagem maculada pela verdadeira trituradora de treinadores que é o Real Madrid. A questão anterior repete-se: depois do Newcastle, ainda será possível chegar a um gigante do futebol a breve trecho?

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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