"Há que dar mérito a Varandas. Quando foi contratar o Amorim, muitos diziam que era louco"

"Das vezes que tomou a palavra, Varandas foi sempre de forma muito abrupta, sujeita a muitas más interpretações", observou António Salvador.

O desfecho da jornada decisiva foi ainda mais especial para os sportinguistas, pois ocorreu de forma indireta, graças ao empate do eterno rival Benfica frente ao Famalicão.

O resultado negativo das águias permitiu que o Sporting assegurasse matematicamente o título, proporcionando uma festa inesquecível aos adeptos que se deslocaram até ao Marquês de Pombal, local que já havia sido reservado pelos leões há algumas semanas.

A caminhada triunfal do Sporting rumo ao título nacional foi marcada por uma série de vitórias e exibições consistentes, refletindo o trabalho árduo e a determinação da equipa liderada por Rúben Amorim.

No jogo anterior à consagração, o Sporting enfrentou o Portimonense e demonstrou a sua superioridade com uma vitória convincente por três golos a zero.

Este desempenho aliado ao deslize do Benfica confirmou a superioridade dos leões nesta temporada, conquistando assim um título tão esperado pelos adeptos.

"Varandas já percebeu que não é o melhor dos atores quando decide tomar a palavra"

Nos momentos de celebração, as atenções voltaram-se não apenas para os feitos conquistados em campo, mas também para os protagonistas de uma época que deixou os adeptos sportinguistas com esperanças num futuro risonho no que toca aos títulos.

Rúben Amorim, o grande obreiro dos dois títulos conquistados pelos leões nas últimas três temporadas, reafirmou o seu compromisso com o clube e garantiu continuidade em Alvalade, gerando otimismo e confiança entre os milhares de adeptos presentes no Marquês de Pombal para os desafios futuros.

Em contrapartida, Frederico Varandas, presidente do Sporting, optou por um papel mais discreto durante as celebrações, uma decisão que recebeu elogios de António Salvador, conhecido sócio do Benfica.

O também comentador elogiou a postura de Varandas, destacando a sua sabedoria ao reconhecer as próprias limitações em situações em que se tem que expor perante os sócios do clube.

Em declarações na CMTV e questionado se Varandas optou pelo silêncio para dar mais palco aos protagonistas ou para proteger um pouco a própria posição, António Salvador defende que o líder leonino tomou a decisão certa, uma vez que este 'não é o melhor dos atores quando decide tomar a palavra'.

"Foi por ambos os motivos, porque Frederico Varandas já percebeu, muito bem, e isso demonstra a sagacidade do seu raciocínio, que não é o melhor dos atores quando decide tomar a palavra", começou por dizer o sócio encarnado.

"E portanto, das vezes que o fez, foi sempre de forma muito abrupta, sujeita a muitas más interpretações e muitas críticas", acrescentou António Salvador.

No entanto, e obstante da forma recente de comunicar por parte do líder leonino, o sócio benfiquista também reconheceu o mérito de Varandas na condução do clube verde e branco, especialmente durante momentos desafiadores, como a contratação de Rúben Amorim.

"Mas há que dar o mérito a ele, porque eu lembro-me bem do que os meus amigos sportinguistas, e tenho variados, me diziam quando Varandas foi contratar o Rúben Amorim, depois também de algumas contratações menos bem-sucedidas, este homem é louco", recordou.

"Estava também naquela fase da guerra com as claques, enfim, estava tudo a correr menos bem, e de facto ele tomou uma decisão, foi feliz, mas também a sorte, como se diz, dá muito trabalho, e acho que ele o teve muito bem, e de facto merece-se os parabéns", rematou o comentador afeto ao Benfica.