"A última vez que houve um levantamento de futebolistas no Benfica, caiu Jesus"

"Amorim nunca levou com garrafas de água e teve sempre ambiente para continuar em Alvalade", observa conhecido comentador desportivo, em comparação com Schmidt.

Ao iniciar a temporada após um investimento recorde no plantel, as expectativas estavam no auge entre os adeptos benfiquistas.

No entanto, os resultados aquém do esperado e o desempenho irregular ao longo da época levaram a críticas crescentes por parte dos sócios e adeptos, quer a Schmidt, quer à estrutura diretiva das águias, liderada por Rui Costa.

O cenário de incerteza em torno da continuidade de Roger Schmidt na Luz tem gerado desconforto não apenas entre os adeptos, mas também entre os jogadores do plantel.

As decisões táticas e a gestão do grupo por parte do treinador alemão têm sido questionadas nos bastidores, com alguns jogadores a manifestarem o desejo de deixar o clube no final da época caso Schmidt permaneça.

"Há pequenos nichos de futebolistas que, pelos vistos, não gostam do posicionamento do treinador"

Nomes como David Neres, Morato e Arthur Cabral surgem como exemplos de jogadores que se sentem descontentes com a situação atual e que poderão abandonar o emblema lisboeta no final da época.

Face à possibilidade de vários jogadores deixarem as águias no final da temporada, caso Rui Costa, presidente do Benfica, decida manter Schmidt na próxima época, José Manuel Freitas, comentador da CMTV, comparou a atual situação do técnico alemão na Luz com a de Rúben Amorim, em Alvalade, na última época.

Em declarações no programa Liga D'Ouro, Freitas destacou o fato do técnico dos leões, apesar de ter terminado a última temporada na quarta posição do campeonato, sentiu sempre o apoio dos adeptos, algo que contrasta com a realidade atualmente vivida por Schmidt, uma vez que é cada vez mais contestado pelo 'Tribunal da Luz'.

"O Rúben Amorim nunca levou com garrafas de água, nunca foi insultado, nunca foi assobiado e teve sempre ambiente para continuar em Alvalade", começou por referir o comentador, antes de fazer a comparação com o técnico alemão.

"Roger Schmidt, que pode realmente fazer grandes resultados na próxima época, parte com um parti pris (preconceito) extraordinário, que é os adeptos", observou.

No entanto, José Manuel Freitas recorda um episódio similar que se sucedeu na Luz, era Jorge Jesus o técnico das águias. O comentador relembrou que a última vez que alguns jogadores do Benfica quiserem fazer um 'levantamento' e abandonar o emblema lisboeta, quem acabou por sair foi, precisamente, o técnico português.

"Depois, há uma questão que, a mim, me parece que é importantíssima e fundamental no futebol. A última vez que houve um levantamento de futebolistas no Benfica, caiu Jorge Jesus. É verdade. Não me venham a dizer que não, é verdade", recordou.

"Os futebolistas do Benfica foram em defesa de um companheiro, depois de uma derrota no Estádio do Dragão houve um futebolista do Benfica que foi afastado, os seus companheiros ficaram solidários com ele e o Jorge Jesus caiu", explicou.

Antes de terminar, José Manuel Freitas deixou a nota de que a realidade atual do Benfica, sob a liderança de Rui Costa, parece ser distinta da verificada na altura.

"Aqui neste Benfica, a situação parece que não é a mesma, mas há pequenos nichos de futebolistas que, pelos vistos, não gostam do posicionamento do treinador", rematou.