Sócios do V. Setúbal aprovam comissão para recuperar terrenos do Bonfim

A proposta, da autoria dos associados e ex-dirigentes do Vitória de Setúbal João Martins, Júlio Adrião, Jorge Santana, José Isidro, Américo Rosa e Paulo Assis, foi aprovada por 69 votos a favor e um contra, em reunião de Assembleia-Geral realizada na quinta-feira à noite.

A comissão agora constituída terá como principal objetivo a recuperação dos direitos do Vitória de Setúbal sobre os terrenos do estádio e do pavilhão Antoine Velge, que tinham sido alienados a favor de outras entidades, no âmbito de diversos protocolos celebrados pelo clube com a Pluripar e com a Câmara Municipal de Setúbal.

O Vitória de Setúbal alienou o direito de superfície dos terrenos do estádio a favor da Pluripar, mas com a salvaguarda de que o clube sadino só teria de abandonar o Bonfim depois de lhe ser cedido novo estádio municipal, que a Pluripar se comprometia a construir no Vale da Rosa.

O projeto do Vale da Rosa foi concebido no final dos anos 90 do século passado pelo então presidente da Câmara de Setúbal, Mata Cáceres, e pelo grupo Pluripar SGPS.

O Plano de Pormenor do Vale da Rosa e Zona Oriental de Setúbal I (PPVRZOSI), aprovado em 2004, previa a construção de 7.500 fogos, de um centro comercial e do estádio municipal, que a autarquia, entretanto, também se comprometeu a ceder ao Vitória de Setúbal, logo que estivesse construído.

O projeto do Vale da Rosa acabou por não sair do papel, devido à crise do setor imobiliário e aos problemas com o BPN (Banco Português de Negócios), pelo que o estádio municipal também não chegou a ser construído.

Perante este quadro, a nova comissão deverá solicitar à Câmara Municipal de Setúbal a marcação de uma reunião com todas as partes envolvidas no processo para se encontrar uma solução de consenso para todo este imbróglio e para que o clube possa readquirir a propriedade dos terrenos do estádio do Bonfim.