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Blatter foi «infeliz» porque o humor «não é o seu forte» - Emanuel Medeiros

Emanuel Medeiros, o português que dirige a Associação das Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL), considerou hoje a título pessoal que o presidente da FIFA, Joseph Blatter, foi "infeliz" nas suas declarações sobre Cristiano Ronaldo.

Blatter foi «infeliz» porque o humor «não é o seu forte» - Emanuel Medeiros
Futebol 365

"Recatado seguramente não foi, ele próprio já o reconheceu ao dirigir um pedido de desculpas - que eu acredito ser genuíno - ao próprio Cristiano Ronaldo, à Federação Portuguesa de Futebol e ao Real de Madrid. Não há dúvida de que o sentido de humor não é o ponto forte do Sepp Blatter", disse Emanuel Medeiros em entrevista à agência Lusa.

O presidente da FIFA, que entretanto pediu desculpas a Ronaldo e à comunidade do futebol português, assumiu, na passada sexta-feira, na Oxford Union Society, em Inglaterra, que a título pessoal prefere Messi a Cristiano Ronaldo, chegando mesmo a levantar-se e a tentar imitar o português.

Emanuel Medeiros, ainda a título pessoal, realçou que Cristiano Ronaldo merece "o respeito de todos".

"Sepp Blatter é um dirigente que prestou e tem prestado valorosos serviços à afirmação do futebol à escala mundial, cujos méritos ninguém põe em causa, mas penso que foi um momento infeliz de humor que não resultou. É preciso ver que o Cristiano Ronaldo não é apenas o melhor jogador do Mundo - que comprovadamenter é - o Cristiano Ronaldo é um símbolo nacional, que merece o nosso carinho e deve merecer o respeito de todos", disse.

Ao longo do seu percurso de nove anos como diretor-executivo da EPFL, Emanuel Medeiros lidou com o presidente da FIFA e recorda um momento em que Sepp Blatter teve de arrepiar caminho perante as ligas de futebol europeias.

"Até 2006 o relacionamento [da FIFA com as ligas europeias de futebol] não existia. A FIFA recusava-se a falar com uma liga, porque estas não eram reconhecidas. Até que tive uma reunião com o sr. Blatter em outubro de 2006, na sequência de uma tomada de posição num congresso da FIFA que determinava - como se a FIFA tivesse esse poder - que as ligas nacionais tinham de ser disputadas por um mínimo de 16 clubes", recordou o dirigente da EPFL.

Na conversa com Blatter, Emanuel Medeiros disse que os "problemas e constrangimentos" no calendário internacional se deviam à FIFA e à UEFA.

"E disse-lhe também que se a FIFA persistisse em querer impor às Ligas esse espartilho de 16 clubes, não me restaria outra alternativa a não ser desafiar judicialmente a FIFA. (...) O senhor Blatter percebeu e a verdade é que essa resolução aprovada no Congresso da FIFA foi metida no devido lugar, ou seja afastada do mapa", disse.

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