A primeira fase da profissionalização dos árbitros vai arrancar hoje com nove internacionais FIFA, anunciou o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, Vítor Pereira.
Pedro Proença, Olegário Benquerença, Duarte Gomes, Jorge Sousa, Carlos Xistra, Artur Soares Dias, João Capela, Hugo Miguel e Marco Ferreira são os nove árbitros que integram esta primeira fase de profissionalização, que decorrerá até final da época.
Vítor Pereira, que classificou o anúncio do novo modelo de profissionalização dos árbitros de futebol em Portugal como "um momento histórico para a arbitragem portuguesa e para a Federação Portuguesa de Futebol", disse que esta medida "não vai acabar com os erros [no futebol] em Portugal, mas certamente que vai diminuir".
De hoje até ao fim da presente temporada, a 30 de maio, os nove árbitros profissionais serão remunerados - em regime de prestação de serviços (recibo verde) - com 2.500 euros mensais brutos, mais prémio de jogo e patrocínios das camisolas.
"Na próxima época [2014-2015] a ideia é aumentar o lote para entre 12 a 14 árbitros e incluir os 10 árbitros assistentes internacionais", com um ordenado fixo - mas sempre em recibo verde - escalonado em três grupos, mais prémio de jogo e um bónus de desempenho no final da época determinado por critérios técnicos.
O responsável da arbitragem portuguesa explicou que a responsabilidade da FPF será a de pagar pela prestação do serviço, ceder as instalações e equipamento desportivo para os árbitros poderem treinar e fornecer as equipas técnicas, médicas e de fisioterapia, bem como os seguros que decorram da lei.
Aos árbitros cabe a responsabilidade de prestar o serviço contratado, bem como pagar as deslocações e estadias para os treinos, as contribuições fiscais e sociais e os seguros de saúde que não sejam da responsabilidade da FPF.
Na época de 2015-2016 e seguintes a ideia dos responsáveis da FPF é a de profissionalizar o pleno dos árbitros da categoria C1 e que operam nas competições profissionais e manter os 10 árbitros assistentes FIFA.
No âmbito do novo modelo, e já na próxima época (2014-2015) os árbitros profissionais mais do duplicam as horas dedicadas aos treinos (das cerca de 176 horas atuais para mais de 350 horas semanais), todos os dias da semana, à exceção de quinta-feira, em dois centros de treino (ao contrário dos 8 atuais), um na Maia e outro na Amadora.
Todo o modelo será monitorizado por uma comissão de supervisão de três elementos, que inclui o próprio Vítor Pereira, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, José Fontelas Gomes, bem como Nuno Castro, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF.
A estratégia para a profissionalização da arbitragem contempla também a criação de uma "entidade gestora da arbitragem do futebol profissional", sob a tutela da FPF.