Os 14 clubes de futebol profissional que requereram a destituição, por justa causa, do presidente da Liga, Mário Figueiredo, criticam o presidente da Assembleia Geral (AG) do organismo por “inércia” na convocatória da reunião, cujo limite termina na sexta-feira.
Em carta a que a agência Lusa teve acesso, enviada quarta-feira a Carlos Deus Pereira, presidente da Mesa da AG da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), os emblemas exigem celeridade na chamada estatuária, para que possam “debater a proposta de destituição”.
Os clubes acrescentam ainda a necessidade de “permitir aos clubes, em tempo útil, acautelar outros prejuízos”, que temem poder “estar a ser causados pelo senhor presidente da Liga”.
Na missiva enviada a Carlos Deus Pereira, os emblemas dizem-se “tolhidos de surpresa” pela sua atitude pessoal após o requerimento para a realização da reunião magna, datado de 31 de outubro.
“Lamentamos profundamente que se tenha precipitado a fazer comentários e juízos públicos sobre o teor e o mérito do mencionado requerimento, não cuidando antes, até à presente data, e, pasme-se, passados mais de 20 dias, de convocar a Assembleia Geral requerida, conforme resulta dos estatutos da LPFP”, lê-se na carta.
Segundo as normas estatutárias, “a reunião extraordinária deve realizar-se no prazo máximo de trinta dias a contar da receção do requerimento da respetiva convocatória”, prazo máximo que deverá ser conjugado com o prazo mínimo de oito dias relativo à convocatória da AG, o que coloca sexta-feira como limite.
“Como se não bastasse já a manifesta e estranha inércia relativa à publicação da convocatória, acresce esta iminente violação das normas estatutárias da LPFP”, acusam os clubes, dirigindo-se ao presidente da Mesa.
Os clubes dizem que Carlos Deus Pereira tem “o dever de, verificados os requisitos estatutários, promover a convocação da respetiva reunião extraordinária da Assembleia Geral”.
A concluir a carta, os 14 subscritores afirmam que a omissão relativa à convocatória da AG Extraordinária “não é de todo compatível com os deveres que lhe são conferidos pelos estatutos da Liga e com a dignidade que a figura do Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional exige”.
FC Porto, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Belenenses, Nacional da Madeira, Olhanense, Académica, Rio Ave, Arouca (I Liga), Tondela, Penafiel e União da Madeira (II Liga) são os emblemas que, no final de outubro, requereram a AG com o propósito de destituir Mário Figueiredo.
O grupo dos 14 considera que o presidente da Liga foi protagonista de um conjunto de comportamentos e decisões que consideram “muito graves violações gerais”, nomeadamente quanto ao “dever de lealdade para com os seus associados, o dever de respeito pelos regulamentos e o dever de zelar pelo bom funcionamento e bom nome” da instituição.