Um novo método para detetar esteroides anabolizantes permitiu no espaço de um ano identificar mais de 260 casos positivos, que antes passariam sem castigo, revelou hoje um investigador do laboratório antidopagem de Colónia, na Alemanha.
"Agora temos um método mais sensível e desde que o lançámos, em novembro do ano passado, encontrámos cerca de 180 casos positivos de stanozolol e 80 casos positivos de oral-turinabol, que antes jamais teríamos detetado", explicou Hans Geyer, cientista do laboratório de Colónia da Agência Mundial Antidopagem (AMA), durante uma conferência na sede da FIFA, em Zurique.
Este novo método, que rastreia um metabolito que permanece por longo tempo na urina, foi investigado pelo laboratório alemão especificamente para o stanozolol, o esteroide encontrado na urina do velocista canadiano Ben Johnson no final dos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, (e que lhe custou o título olímpico).
Por outro lado, um laboratório de Moscovo estudou um novo teste para o oral-turinabol, a substância dopante usada pela antiga Alemanha de Leste (República Democrática Alemã).
Os investigadores dizem que antes do teste não tinham mais do que um caso positivo de oral-turinabol por ano, o que no entender de Hans Geyer significa que os atletas aprenderam quais os momentos em que deveriam deixar de tomar a substância para não terem nenhum controlo positivo.
O cientista adiantou que todos os casos detetados foram comunicados à AMA, bem como às federações internacionais envolvidas.
As regras da AMA permitem conservar amostras recolhidas a atletas para análise posterior (com testes tecnologicamente mais desenvolvidos) e mesmo punir um atleta até oito anos depois da recolha.