Manifestações populares sem precedentes e a visita do Papa marcaram o ano de 2013 no Brasil, um ano de mudança para o país, com políticos condenados à prisão.
As manifestações, que duraram vários meses durante o verão, levaram a Presidente, Dilma Rousseff, a celebrar um pacto com a sociedade civil, prometendo mudanças na educação e na saúde, ainda sem resultados visíveis.
O ano começou com luto nacional, depois de um incêndio numa discoteca em Santa Maria, no sul do país, que causou a morte de mais de 200 jovens.
Mas, a um ano do país receber o Mundial de futebol, o Brasil teve destaque mundial com uma série de manifestações, que tiveram origem em São Paulo, contra o aumento dos preços dos transportes públicos.
As primeiras manifestações ganharam peso após a repressão policial violenta em São Paulo. No Rio de Janeiro, o principal protesto chegou a reunir 300 mil pessoas, terminando com atos de vandalismo, enquanto em Brasília milhares de jovens subiram ao topo do edifício do Congresso Nacional.
E foi a meio dos protestos, em julho, que o país recebeu o papa Francisco, na sua primeira viagem internacional para as Jornadas Mundiais da Juventude.
Os problemas de logística e de transportes quase colocaram em causa a organização do evento. Algo que sucedeu também com a Taça das Confederações em futebol.
Em setembro, foi a vez de Dilma assumir uma posição forte, na qualidade de líder de uma potência emergente, reagindo às denúncias feitas pelo ex-técnico da NSA Eduard Snowden que apontavam para espionagem norte-americana no país.
A notícia levou a líder brasileira a adiar uma visita a Washington e, num discurso nas Nações Unidas, exortou os países a criarem novas regras para a internet, com base na proteção dos direitos individuais e na privacidade.
No mundo diplomático, o Brasil chamou ainda a atenção do mundo com a vitória de Roberto Azevedo para a direção-geral da Organização Mundial de Comércio (OMC), tornando-se no primeiro brasileiro a ocupar o mais alto cargo da instituição.
No plano económico, o ano foi marcado pelo leilão do imenso campo petrolífero de Libra, ganho por um consórcio formado entre Petrobras, Shell Brasil, Total e as chinesas CNPC e CNOOC.
O ano de 2013 ficará também marcado como o momento da queda do império de Eike Batista, empresário brasileiro que chegou a ser apontado como o sétimo homem mais rico do mundo, cuja empresa do ramo petrolífero OGX entrou em insolvência.
No final do ano, a justiça brasileira ordenou a prisão de importantes políticos condenados por corrupção no julgamento do "mensalão", marcando uma nova era da democracia brasileira. Entre os políticos presos estão o ex-ministro José Dirceu, e o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoino.