O antigo avançado Manuel Fernandes, um dos símbolos do Sporting, considerou hoje que Eusébio “era único e diferente de todos os outros futebolistas” e que só Cristiano Ronaldo “está ao nível” do “Pantera Negra”.
“Como futebolista, Eusébio era único, diferente de todos os outros, só Cristiano Ronaldo está nível dele, nenhum outro se pode equiparar”, disse Manuel Fernandes, para quem o que mais o impressionava no “Pantera Negra” era a “força de arranque” em direção aos adversários, “a saída do drible e a potência do remate”, na qual ele “tinha uma crença absoluta”.
Manuel Fernandes estreou-se pela CUF, com 18 anos, frente ao Benfica, de Eusébio, no dia 19 de outubro de 1969, no Lavradio: “O Costa Pereira [antiga glória do Benfica] era o treinador da CUF e mandou-me entrar em campo quando o Benfica vencia por 2-0, com dois golos do Eusébio. Foi uma coisa extraordinária, para um miúdo da aldeia, com 18 anos, a estrear-se frente a figuras como Coluna, Simões, Jaime Graça, Torres e Eusébio. As pernas pesavam duzentos quilos…”
A antiga glória sportinguista não esquece aquele célebre jogo com a Coreia do Norte, no Mundial de 1966, em particular uma arrancada de Eusébio que percorreu todo o corredor esquerdo para ser “ceifado” na área coreana: “Foi uma jogada assombrosa, que devia figurar nos compêndios de futebol. Ele fazia coisas que mais ninguém fazia.”
“O Eusébio cativava os adversários, com quem dialogava muito em campo, e era muito respeitado por toda a gente, mesmo pelos adeptos adversários. Posso dizer que os sportinguistas também gostavam do Eusébio, por causa da sua postura humilde, que nunca se punha em bicos de pés apesar de ser uma celebridade”, contou Manuel Fernandes, que privou mais de perto com ele no Mundial1986, no México, onde pôde apreciar “a humildade e cordialidade” da “Pantera Negra”.
Manuel Fernandes estabelece um paralelo entre Eusébio e Cristiano Ronaldo: “Dele se dizia em 1966 o mesmo que se diz hoje do Cristiano Ronaldo, que o futebol é um jogo coletivo, mas que Portugal não iria a lado nenhum sem estas individualidades”.