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Eusébio já está no cemitério do Lumiar, certamente a caminho do Panteão

O funeral de Eusébio representou hoje um raro momento de concórdia e consenso, com muitos milhares a homenagearem o mais famoso dos futebolistas portugueses, sepultado no cemitério do Lumiar, mas que tudo aponta deverá depois chegar ao Panteão Nacional.

Eusébio já está no cemitério do Lumiar, certamente a caminho do Panteão
Futebol 365

Com efeito, os vários quadrantes políticos, desde os partidos que apoiam o Governo até ao Bloco de Esquerda, já se mostraram favoráveis a que o Parlamento discuta sobre a possibilidade de "Honras de Panteão" para Eusébio da Silva Ferreira, que morreu domingo, aos 71 anos.

O último e sentido adeus ao "King", melhor marcador do Mundial de 1966 e figura de proa do Benfica e da seleção nacional nos anos de 60 e 70, começou no domingo ainda, com o velório no Estádio da Luz, e prolongou-se hoje, com a volta ao relvado do seu clube do coração e a cerimónia nos Paços do Concelho a serem os pontos altos, antes do funeral.

Para cumprir um desejo expresso do "Pantera Negra", a urna deu uma volta ao estádio que chamava de "sua casa" - foi a meio da manhã e mais de 10 mil pessoas compareceram nas bancadas da Luz, indiferentes à chuva persistente. O treinador da equipa, Jorge Jesus, e o plantel atual acompanharam a família de Eusébio e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, na bancada presidencial, no que foi o primeiro grande "banho de multidão" do dia.

António Costa, presidente da Câmara da capital, fez questão de que a edilidade também testemunhasse toda a gratidão ao grande futebolista no domingo desaparecido, pelo que o cortejo fúnebre que saiu do estádio começou por descer ao "coração" da cidade, para a homenagem em frente à câmara.

Ao longo de artérias como a 2.ª Circular, a Avenida da República ou a Avenida da Liberdade, o carro funerário foi passando, a ritmo lento, sempre com muita gente, visivelmente emocionada, a assistir à passagem.

De regresso à zona de Benfica e Lumiar, foi rezada missa de corpo presente na Igreja do Seminário, com a homilia a ser proferida pelo padre Vítor Melícias. Foi mais um momento de comunhão de vários setores, com muitas figuras do futebol e do desporto em geral presentes, mas também da política - a começar pelo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, bem como o líder do PS, António José Seguro.

Já com considerável atraso, mais de uma hora, o cortejo fúnebre chegou ao cemitério da Luz depois das 18:00 horas. As cerimónias finais não demoraram mais do que uma meia hora e o "Rei" era finalmente sepultado, em pleno Dia de Reis.

Na imprensa, dominou por completo as manchetes dos diários, fazendo mesmo o pleno da primeira página dos desportivos e de alguns generalistas, com frases simples ou só palavras - "eterno", imortal", ou simplesmente o nome e os anos de nascimento e morte. A nível internacional, também não houve grande jornal ou canal televisivo que tenha passado ao lado do acontecimento.

E sensivelmente há mesma hora que o melhor jogador da história do futebol português entrava no cemitério, em Madrid, o melhor luso da atualidade, Cristiano Ronaldo, perfilava-se com o Real Madrid para um minuto de silêncio, antes de um jogo da Liga espanhola. Depois, homenageou-o à sua maneira, com mais dois golos.

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