O antigo internacional português Paulo Futre considerou hoje que este é o “momento ideal” para o Atlético de Madrid ganhar ao FC Barcelona e sugeriu a Paulo Bento que fale com Tiago e o convoque para o Mundial de futebol.
“Vejo o Atlético Madrid muito forte, talvez mais forte do que a equipa do ‘doblete’ de 1996. Desde a chegada de [Diego] Simeone houve uma mudança radical. Nessa altura, era impensável imaginar o Atlético a discutir o título dois anos depois. Acredito que este é o momento ideal para o Atlético ganhar ao Barcelona e dar um passo importante para o título”, disse Paulo Futre, em declarações à agência Lusa.
Figura emblemática do Atlético de Madrid, Paulo Futre não alinha na ideia de que a equipa catalã está menos forte: “Não me parece. Quem tem Iniesta, Xavi, Busquets, Messi e o reforço Neymar mete medo. Pouca coisa mudou, apesar de o treinador ser outro. Ainda por cima, regressou agora o Messi, que fez dois golos ao Getafe. O Atlético tem mais coletivo, mas o Barcelona, com as individualidades que tem, é temível”.
A propósito do regresso do argentino, Futre acredita que vai ser titular, apesar da falta de ritmo que acusará por estar há tanto tempo parado, porque “mesmo a cinquenta por cento pode ganhar um jogo sozinho”.
“O Barcelona tem uma média de posse de bola a rondar os 70 por cento, o que é sempre um perigo para os adversários. Significa que tem, à partida, mais possibilidades de ganhar do que o rival”, lembrou Futre, que não tem dúvidas de que Simeone, “tal como Mourinho fez quando esteve no Real Madrid”, vai pôr o Atlético “a pressionar em zonas mais adiantadas do terreno”.
Lembrando que “historicamente, é sempre difícil ao Barcelona ganhar no [Vicente] Calderon”, Futre mostrou-se convicto de que o Atlético tem argumentos suficientes para vencer: “O coletivo do Atlético é muito forte, o meio-campo é incrível e aposto no [David] Villa para marcar à sua antiga equipa. Seria fantástico o Atlético ganhar por 1-0 com um golo dele”.
Futre atribui a Diego Simeone a metamorfose operada e diz que fez algo “incrível” em dois anos, ao pegar numa equipa mal classificada na Liga espanhola e ganhar a Liga Europa, a Supertaça Europeia e a Taça do Rei, tendo perdido entretanto “o melhor ponta de lança do mundo da atualidade, o Falcão”.
“O que mudou com Simeone? A mentalidade! A atitude da equipa em campo é o reflexo do que ele foi como jogador, cada bola é disputada como se fosse a última. É uma equipa à sua imagem, com uma alma imensa”, considerou Futre, que também tira o chapéu ao argentino a nível tático.
Do ponto de vista individual, destaca “os progressos incríveis” de Diego Costa, que “já tem o Manchester United e o Barcelona em cima”, e o “meio-campo fortíssimo com Koke, Gabi, Raul Garcia e Tiago”, além do “turco Arda Turan”.
Questionado sobre se está surpreendido com o rendimento de Tiago, Futre foi perentório: “Nem um pouco. Se eu fosse o [selecionador] Paulo Bento, falava com ele e levava-o ao Mundial do Brasil. Imprime uma rotação ao meio-campo muito alta".
O médio, de 32 anos, renunciou à seleção em janeiro de 2011, evocando motivos pessoais para deixar de representar a equipa nacional e o desejo de abrir espaço para novos valores. No total, fez 58 jogos pela seleção A, o último dos quais a 12 de outubro de 2010, uma vitória sobre a Islândia por 3-1, na campanha de apuramento para o Euro2012.