Os clubes que disputam a I Liga portuguesa de futebol estão entre os emblemas europeus que menos apostam em jogadores oriundos da formação, sendo que apenas Sporting, Marítimo e Vitória de Guimarães estão acima da média continental.
Os números, a que a agência Lusa teve acesso, foram publicados no "Estudo Demográfico", documento elaborado anualmente pela empresa suíça "Observatório do Futebol" (CIES Football Observatory) e da autoria dos investigadores Raffaele Poli, Roger Besson e Loic Ravenel.
Segundo aquele retrato demográfico, que diz respeito a outubro de 2013, apenas 12 por cento dos jogadores das equipas lusas alinharam nos respetivos clubes pelo menos três temporadas, entre os 15 e 21 anos, valor que coloca Portugal muito abaixo da média europeia (21,2 por cento).
Entre os 31 campeonatos estudados pelo "Observatório do Futebol", a I Liga ocupa um dos últimos lugares, sendo apenas ultrapassada pelas ligas russa (11,3 por cento), turca (9,1) e italiana (8,4), ficando a larga distância da líder Suécia, que aproveita quase 39 por cento dos atletas oriundos da formação.
Eslováquia (37,7 por cento), Finlândia (34,8) e Croácia (32,4) surgem logo a seguir, sendo que, das cinco principais ligas - o denominado "big five" - somente a francesa (23,6) consegue superar a média europeia, apresentando melhores índices de aproveitamento que Espanha (21,1), Alemanha (16,6), Inglaterra (13,6) e a já referida Itália.
Entre os 16 emblemas da I Liga, apenas Sporting, Marítimo e Vitória de Guimarães conseguem superar a média europeia. Os "leões" têm 33,3 por cento de atletas formados no clube, os madeirenses 28 e os minhotos 23,1.
Por outro lado, Olhanense e Arouca apresentam ausência total de atletas formados no clube, enquanto Benfica e FC Porto cingem-se a meros 6,9 e 4,2 por cento, respetivamente.
Os húngaros do Szombathelyi Haladás lideram o "ranking" europeu, com 85,7 por cento, à frente dos escoceses do Hearts (80) e dos croatas do Osijek (77,4). Já o FC Barcelona situa-se no sexto posto, com 64 por cento.