O secretário de Estado do Desporto e Juventude de Portugal parte hoje de Goa convencido de que “vale a pena” apostar na Índia e que o desporto funciona como uma porta de entrada para a estratégia da lusofonia.
“A mensagem que se leva é que, de facto, vale a pena apostar aqui porque há empatia entre os dirigentes, entre as pessoas e isso ajuda a desbloquear muitas coisas e penso que o desporto é uma excelente ferramenta para ajudar a cumprir esse desejo”, afirmou Emídio Guerreiro.
O governante luso fez um balanço da curta visita a Goa, onde decorre a terceira edição dos Jogos da Lusofonia, enaltecendo a importância estratégica do desporto na “entrada” nestas comunidades.
“Temos uma estratégia clara de aposta nas questões da lusofonia a vários níveis e este Governo tem apostado em usar também muito o desporto como um abridor de portas, porque de facto esbate-se muito as barreiras que existem”, sustentou o secretário de Estado que.
Emídio Guerreiro durante os dois dias de permanência em Goa, além de assistir à participação portuguesa nos Jogos, também visitou o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Fundação Oriente, mantendo contactos mais do foro institucional com entidades ligadas à língua e cultura portuguesas.
O recurso ao desporto como um “veículo” tem sido, de acordo com o governante, assunto “recorrente em inúmeras conversas” com o secretário de Estado adjunto dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
“E, como se irá verificar em 2014, muitas reuniões entre vários países vão ser acompanhadas de eventos desportivos envolvendo as suas seleções porque acreditamos que é uma boa forma de aproximar as pessoas, os povos, e por isso, temos essa estratégia”, frisou, enaltecendo a importância de afirmação, não só nos laços culturais, mas também na economia, fundamentalmente no Brasil, dada a sua dimensão.
Para o secretário de Estado, foi “muito interessante” ter oportunidade de verificar como se vai mantendo a presença portuguesa neste canto do mundo”, bem como perceber que há cerca de 1.000 jovens que estudam português nos vários níveis de ensino e uma atividade cultural que se vai espalhando ao longo do ano – promovida pelo Camões e pela Fundação Oriente – que, de alguma forma, asseguram uma continuidade e uma presença permanente aqui e que tem tido bastante êxito”, apontou Emídio Guerreiro.
Prova disso mesmo, elencou, é, por exemplo, o registo de “casa cheia” em espetáculos ou a realização de um concurso de música cantada em português, que já vai na 15.ª edição, que anualmente atrai mais de mil jovens participantes.
“É, de facto, a lusofonia em ação”, sintetizou Emídio Guerreiro.
Na mesma linha, mantêm-se os contactos com as autoridades de Goa, com as quais as duas entidades têm realizado “boas parcerias”, segundo indicou Emídio Guerreiro.
“Foram contados vários episódios em que o próprio governador participa das iniciativas da Fundação Oriente e do Camões. As relações são estáveis e têm sido profícuas e penso que todo esse trabalho também desemboca aqui, na realização dos Jogos em Goa, onde, como foi público, parecia que nem toda a gente estaria mobilizada para este efeito”, realçou o secretário de Estado.
Emídio Guerreiro disse ter constatando “o enorme esforço e o investimento que o Governo de Goa está a fazer nestes Jogos”, admitindo diferenças do que “parecia em Portugal”.
“A própria concretização dos Jogos, o envolvimento dos dirigentes de cá e o investimento de muitos milhões de euros é uma demonstração clara de que isso não faz sentido”, salientou, quando instado a comentar as declarações de governantes locais que manifestaram a sua oposição à realização do evento.
Como apontou, “os jogos não são clandestinos, pelo contrário, têm uma presença ativa nos jornais, estão a ser transmitidos em direto na televisão. Acho que aquilo que está a acontecer contraria muito aquilo que se dizia que ia ser e ainda bem para todos”, concluiu.