Sporting e Académica empataram hoje 0-0, em jogo da 17.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e os “leões” desperdiçaram a oportunidade de igualarem pontualmente o Benfica na liderança.
Um candidato ao título não pode dar meia parte de avanço ao adversário, mais ainda quando entra em campo motivado pela perda de pontos dos seus “rivais” diretos na luta pelo título, como fez hoje o Sporting, que não entrou com a atitude adequada para enfrentar a Académica.
É verdade que o Sporting na segunda parte impôs mais intensidade ao jogo, que pressionou muito, que arriscou, que "cheirou" o golo várias vezes, mas a verdade é que face ao escorrer do tempo fez um jogo mais em esforço, com muito coração e pouca cabeça, o que lhe retirou lucidez em certos momentos em que era preciso que a tivesse.
O momento em que o jogo "vira" coincide com a entrada de Slimani, aos 57 minutos, e a saída de uma unidade que teve um fraco rendimento como André Martins, a partir da qual o Sporting enveredou por um jogo mais direto e objetivo.
A Académica tremeu um pouco, mas não caiu, Sérgio Conceição soube adaptar a sua defesa à entrada do dianteiro argelino, e esta, formada por jogadores fisicamente bem dotados, manteve a consistência que tinha revelado até aí.
Se é um facto que o Sporting deve queixar-se acima de tudo de si próprio, a verdade é que a Académica teve muito mérito na forma como travou a equipa leonina, pela sua organização defensiva, pela disciplina tática, pelo espírito de entreajuda e pela consistência que revelou não só a defender, mas a segurar a bola e nas transições ofensivas.
O Sporting fez uma primeira parte muito fraca, incapaz de dar fluidez e profundidade ao jogo, devido ao levado número de passes perdidos, por falta de discernimento e precipitação, tendência que se foi acentuando à medida que os minutos avançavam.
Os leões só conseguiram criar raros lances de perigo em transições ofensivas, quando a Académica subia o bloco e perdia a bola, mas em ataque organizado foram de uma incapacidade confrangedora, quer pelo corredor central quer pelas faixas laterais, para encontrar soluções de modo a ultrapassarem a organização defensiva da Académica.
Do ponto de vista coletivo a equipa leonina não funcionou, porque não conseguiu promover uma boa circulação de bola, mas do ponto de vista individual houve jogadores cujo rendimento foi bastante fraco, fazendo emergir as limitações do plantel nesta fase do campeonato.
À cabeça de todos, André Martins, que passou literalmente ao lado do jogo - percebe-se a contratação de Shikabala face a esta lacuna no plantel - seguido de Wilson Eduardo, inconsequente nas suas ações, com a agravante de o lateral do seu lado, Cédric, ter feito uma das suas piores exibições da época.
No flanco oposto, Carlos Mané teve uns lampejos, emergiu em certos momentos, mas Jefferson também esteve um furos em abaixo do que é habitual e o Sporting nunca teve quem provocasse desequilíbrios, pese embora a boa movimentação de Montero e a dinâmica de Adrien.
Na segunda parte, a equipa impôs um ritmo mais intenso e um jogo mais direto, mas aí deparou com um adversário muito bem organizado e determinado e o argelino Slimani não pode resolver sempre quando a equipa não faz antes o que tem de fazer para ganhar, como aconteceu hoje.
Com este desfecho, o Sporting permanece no segundo lugar da classificação, a dois pontos do líder Benfica, uma semana antes de jogar no recinto do “rival”.
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