Benfica vence Sporting e consolida liderança da Liga Zon Sagres

A vantagem de um golo, apontado por Gaitán (27 minutos), que o Benfica, com mérito, adquiriu ao intervalo fez com que Jorge Jesus alterasse a estratégia para a segunda parte, passando a equipa a segurar mais o jogo, a privilegiar a posse e circulação de bola, a convidar o Sporting a subir mais as linhas para o surpreender em rápidas transições, com Enzo Perez a fazer o resultado final (76).

As duas grandes oportunidades de golo da segunda parte pertenceram ao Benfica, ambas perdidas nos pés de Rodrigo, aos 49 e 69 minutos, que não foi capaz de desfeitear Rui Patrício no frente a frente com o guarda-redes leonino.

Ao invés, o Sporting não conseguiu criar uma ocasião de golo em toda a partida, apenas alguns lances de perigo, o mais evidente dos quais quando Heldon, aos 63 minutos, furou entre Fejsa e Maxi Pereira e rematou por cima da barra de Oblak.

O Benfica começou a ganhar o jogo desde o primeiro minuto, quando protagonizou uma entrada forte, pôs intensidade e agressividade às ações ofensivas, colocando o Sporting, desde logo, em dificuldades, com duas situações de perigo iminente para a baliza de Rui Patrício nos dois primeiros minutos.

O Sporting teve a primeira subida à área encarnada apenas aos dez minutos, porque até aí se limitou a tentar travar muito a custo o ímpeto e a dinâmica de jogo do Benfica, que só a partir do quarto de hora começou a dar sinais de amainar.

A verdade é que o dispositivo tático do Sporting sentiu enormes dificuldades para parar as movimentações atacantes do Benfica, que, ao recuperar a bola, recuava Fejsa para terceiro central, abria os laterais totalmente, com três unidades em constante mobilidade - Markovic, Gaitán e Rodrigo - para as quais os leões nunca encontraram antídoto.

Esse foi o ponto fulcral da partida: a colocação de Dier a número seis revelou-se desastrosa, porque o jovem inglês, além da falta de ritmo que denota por não jogar, nunca atinou com as marcações, perdeu passes em demasia que se traduzirem em contra-ataques rápidos do adversário.

Dier nunca conseguiu travar o segundo avançado do Benfica, menos ainda quando Markovic, sobretudo, e Gaitán surgiam na sua zona de jurisdição, três jogadores demasiado rápidos para a lentidão de pernas e de raciocínio do jovem leão.

Outra aposta falhada de Leonardo Jardim foi a de Piris a lateral esquerdo, também ele pouco rodado e que nunca foi capaz de travar Markovic, Rodrigo e até Gaitan quando estes lhe surgiam pela frente.

O Sporting sentiu tremendamente a falta de William Carvalho, em especial, e de Jefferson, no caso do primeiro pela posse e circulação de bola que garantiria e pelo equilíbrio que confere à equipa.

O Benfica foi superior em quase todos os capítulos do jogo e o 1-0 ao intervalo até se revelava lisonjeiro para o Sporting, que viu Gaitán aos 40 minutos falhar o segundo golo na cara de Rui Patrício.

Em termos de produção atacante, o Sporting também deixou muito a desejar, por falta de capacidade de dar profundidade ao jogo em jogo apoiado - Adrien também não esteve nos seus melhores dias e é uma perda de bola sua que esteve na origem do primeiro golo, por Gaitán, aos 27 minutos -, o que forçou a equipa a fazer um jogo mais direto, ao qual a defesa encarnada se impôs sempre.

Na segunda parte a equipa leonina subiu mais, teve mais posse de bola, porque o Benfica assim o consentiu, mas nunca se mostrou com capacidade para chegar ao empate, pese embora a excelente exibição de Montero e a subida de rendimento de Heldon.

O Benfica teve nos seus "aceleras" Gaitan, Markovic (este menos inspirado) e Rodrigo os fatores de desequilíbrio, num jogo que teve sempre sob controlo e que geriu de acordo com as suas conveniências.

O segundo golo, um golaço de Enzo Pérez, aos 76 minutos, a aproveitar mais uma perda de bola leonina, por Magrão, traduziu um resultado mais compatível com o que se passou dentro das quatro linhas.