Di Natale pode reconsiderar abandono e evitar desperdício - Bruno Fernandes

“Acho que vai ser estranho. A Udinese é muito conhecida pelos últimos três anos, mas antes disso era conhecida por ter um jogador como o Di Natale. É sempre um desperdício para o futebol perder um jogador com a classe e a qualidade dele, principalmente para uma equipa como a Udinese, com muitos jogadores jovens”, afirmou Bruno Fernandes, em declarações à agência Lusa.

O médio português, de 19 anos, chegou a Udine no início da época, proveniente do Novara, e tem sido uma aposta do treinador Francesco Guidolin para integrar o “onze”, tal como a grande referência do clube, o “capitão” Antonio Di Natale.

“É, sem dúvida, um jogador que, com a sua experiência, ajuda, dá conselhos, ajuda muito os jovens a evoluírem. Eu senti isso desde o início, mesmo quando não jogava, porque ficava a trabalhar no final do treino, ele ensinava-me a forma de rematar, perceber a posição do guarda-redes, escolher o ângulo mais aberto ou o que eles deixam mais descoberto… com os golos que ele marcou, é sempre de ouvir, tentar fazer e segui-lo como um exemplo”, explicou o jovem português, que contabiliza até agora três golos nos 12 jogos disputados na Liga italiana.

No mês passado, o melhor marcador da Serie A em 2009/10 e em 2010/11, de 36 anos, revelou a intenção de colocar um ponto final na sua carreira após a conclusão da temporada, algo que Bruno Fernandes acredita que possa ser reversível.

“[O anúncio do abandono no final da época] foi num momento em que as coisas não estavam a correr bem, ele estava há algum tempo sem marcar. Neste momento, a equipa está a melhorar, tem marcado golos, tem estado bem e vê-se que está a voltar a fazer o que fez no ano passado. Tem sempre vontade de fazer mais, penso que vai conseguir fazer mais e penso que no ano que vem ainda posso ver o Di Natale em campo”, sublinhou.

Após 24 jornadas, a Udinese ocupa o 13.º lugar da Liga italiana, com os mesmos 27 pontos do Atalanta e o objetivo é, de acordo com Bruno Fernandes, assegurar rapidamente a manutenção.

“O lugar justo para nós é tudo menos o da descida de divisão. Tivemos um ano muito complicado, com muita turbulência no nosso dia a dia, com coisas que raramente aconteciam na Udinese, com os adeptos a quererem falar connosco e isso fez-nos sentir uma certa culpa, porque os resultados não apareciam e quem tem de jogar somos nós. Mas isso incentivou-nos cada vez mais e agora queremos chegar rapidamente aos 40 pontos, ainda faltam 13. Não é impossível chegar aos lugares europeus, mas é muito difícil, e agora temos de arriscar ganhar todos os jogos que temos pela frente”, concluiu.