O antigo presidente do Bayern Munique, Uli Hoeness, deverá cumprir a pena de três anos e seis meses na prisão de Landsberg, onde Adolf Hitler escreveu “Mein Kampf”, noticia hoje o jornal o diário alemão Bild.
O antigo futebolista aceitou a pena e abdicou de apresentar recurso à condenação, por fraude fiscal, tendo ainda anunciado o abandono da liderança do clube bávaro, cargo no qual vai ser sucedido por Karl Hopfner, ex-vice-presidente.
A sentença de prisão transitará em julgado, a menos que durante a próxima semana o fisco decida apresentar o seu próprio recurso – inicialmente pedia cinco anos e meio de prisão pelos 27,2 milhões de euros não declarados ao fisco alemão.
Ainda de acordo com o Bild, assim que a pena se tornar definitiva, Hoeness deve contar com algumas semanas, no máximo cinco, para que seja notificado para se apresentar na prisão, previsivelmente a de Landsberg, onde Hitler deu entrada em novembro de 1923 após uma tentativa golpista e de onde saiu um ano depois, já com o "Mein Kampf" redigido.
O jornal alemão dá ainda conta das mudanças desportivas no Bayern, com a ascenção de Hopfner a presidente interino e de Herbert Hainer, o “patrão” da Adidas, à liderança do conselho de vigilância do clube.
Hoeness decidiu não recorrer da sua condenação, anunciando, em comunicado, a demissão de todos os cargos no clube que integrou durante 44 anos.
“Com isso quero evitar danos para o meu clube. O Bayern foi a obra da minha vida e vai continuar a sê-lo”, frisou Hoeness, de 62 anos.