O presidente da UEFA, Michel Platini, atacou hoje a liderança da FIFA, nomeadamente o seu presidente, Sepp Blatter, por não fazer nada quanto aos futebolistas cujos direitos desportivos e económicos são detidos por empresas ou fundos.
Platini falava na abertura do Congresso da UEFA em Astana, Cazaquistão, perante uma audiência na qual se incluia o presidente da FIFA, Sepp Blatter.
O líder da UEFA, que ainda está a decidir sobre se se candidata ou não à presidência da FIFA, disse que os acordos que permitem a "terceiras entidades" deterem direitos desportivos sobre os futebolistas (à margem dos próprios e dos clubes de futebol que os empregam) são "um perigo" para o futebol.
Assim, apelou à FIFA para que imponha uma proibição global a esta prática e elogiou a federação de futebol inglesa por ter sido a primeira a agir contra esta forma de negociar os passes dos jogadores, através da qual fundos e empresas detêm os direitos de muitos jogadores de topo no mundo.
Perante Blatter, sentado na plateia, Platini disse: "Se a FIFA não agir, nós vamos lidar com este problema nas nossas próprias competições na Europa. [...] O Comité Executivo da UEFA já adotou uma posição de princípio sobre esta matéria e vamos levá-la até ao fim".
Platini lançou então um desafio direto a Blatter, a quem chamou de "querido amigo".
"Quero aproveitar a sua presença aqui hoje para lhe fazer um pedido solene: por favor tenha a coragem política para lidar com este problema de uma vez por todas [...]. Há momentos em que é preciso parar de se esconder por detrás de comités, subcomités, estudos de peritos e relatórios académicos", disse Platini.
Por seu lado, no seu discurso Blatter - que também chamou "querido amigo" a Platini - disse que a UEFA e a FIFA deveriam trabalhar juntas nesta questão.
A FIFA encomendou dois estudos sobre este "tópico complexo", disse Blatter.