O Benfica perdeu pelo segundo ano consecutivo a final da Liga Europa em futebol, desta vez no desempate por grandes penalidades, depois de um percurso, desde os 16avos de final, sem qualquer derrota.
Os comandados de Jorge Jesus deixaram pelo caminho a Juventus, nas meias-finais, e o Tottenham, nos “oitavos”, mas, no jogo do título, caíram perante o Sevilha, na “lotaria” (2-4), após 120 minutos sem golos.
Na final, em Turim, o Benfica jogou desfalcado de Enzo Perez, Markovic e Salvio, todos castigados, de Sílvio e Fejsa, ambos lesionados, sendo que ainda ficou sem Sulejmani, que saiu por lesão ainda na primeira metade.
Depois de ter falhado os “oitavos” da Liga dos Campeões e visto, assim, morrer prematuramente o sonho de jogar a final em casa, mesmo com 10 pontos na fase de grupos, os “encarnados” entraram na prova da UEFA nos 16 avos de final.
Mesmo poupando jogadores, já que a prioridade número 1 foi sempre o campeonato, algo que Jorge Jesus nunca se cansou de repetir, o Benfica venceu seis de nove jogos, cedendo apenas três igualdades, com 14 golos marcados e quatro sofridos.
Com estes números, a formação da Luz assumiu-se mesmo com o líder do “ranking” da história da competição, iniciada em 2009/10, primeiro ano da “era” Jesus.
O trajeto na Liga Europa teve início em Salónica, na Grécia, onde, a 20 de fevereiro, o Benfica venceu o PAOK por 1-0, graças a um golo, irregular, do brasileiro Lima, aos 59 minutos.
O apuramento para os “oitavos” foi selado uma semana depois, na Luz, com um triunfo por 3-0, iniciado, aos 70 minutos, com uma “obra de arte”, um momento inimitável, do argentino Gaitan, um livre “à Panenka”, como nunca se tinha visto.
Na parte final, e com a ajuda da expulsão do ex-benfiquista Katsournais, aplaudido no regresso à Luz, os “encarnados” ainda marcaram mais dois, de “rajada”, por Lima, de grande penalidade, e Markovic, com um toque subtil, de classe.
O adversário nos “oitavos” foi o Tottenham e foi em Londres, a 13 de março, que o Benfica regressou às grandes noites europeias, ao vencer em pleno White Hart Lane por 3-1.
O internacional sub-21 espanhol Rodrigo apontou o primeiro, na sequência de um rápido contra-ataque, aos 29 minutos, e, na segunda parte, o “capitão” Luisão “bisou”, em dois lances de bola parada, com um golo de cabeça e um “tiro” de pé direito.
Entre os dois golos do central internacional brasileiro, o Tottenham apontou o seu golo, num livre brilhantemente apontado pelo sueco Christian Eriksen, sem hipóteses para Oblak.
Em Lisboa, o outro central titular, o argentino Garay, deu ainda maior vantagem aos “encarnados”, com um golo, aos 33 minutos, que colocou a eliminatória em 4-1.
Como o jogo e, especialmente, a eliminatória terminada, o Tottenham conseguiu dois golos do “nada”, ambos apontados pelo belga Nacer Chadli, e ainda fez sofrer o Benfica, que só descansou em definitivo aos 90+5, com um penálti de Lima.
Nos quartos de final, o AZ Alkmaar foi completamente dominado pelos “encarnados”, que venceram por 1-0 na Holanda, com um tento de Salvio, e por 2-0 na Luz, com um “bis” de Rodrigo, servido em “bandeja de prata” pelo argentino.
Seguiu-se, então, a Juventus, que, ainda mais do que o Tottenham, era apontada como favorita, mesmo a vencer a competição, até pelo incentivo extra de receber a final.
Num grande jogo, na Luz, com “sabor” a “Champions”, o Benfica bateu com grande sofrimento os, entretanto certificados, tricampeões italianos por 2-1, num embate que começou, praticamente, com um golo de Garay, aos dois minutos.
Aos 73 minutos, o também argentino Carlos Tevez restabeleceu a igualdade, para, aos 84, Lima, que havia começado no banco, dar, novamente, vantagem ao Benfica, com um poderoso remate de pé direito, indefensável para Buffon.
O avanço era curto, mas, em Turim, os “encarnados” foram heroicos e seguraram o “nulo”, mesmo com 10 a partir dos 67 minutos, por expulsão de Enzo Perez, e até aos 90, quando Garay se lesionou e deixou a equipa reduzida a nove.
Os oito minutos de descontos tornaram-se muito longos, mas o Benfica soube sofrer e não deu grandes possibilidades à “Juve”, sendo exceção um cabeceamento de Osvaldo que Oblak deteve, como antes, dois remates de Pirlo.
Estava, assim, selada a 10.ª final europeia, embora com custos, já que, por castigo, o Benfica perdia Enzo Perez, Markovic (expulso já após ter sido substituído) e Salvio (por culpa de uma amarelo já aos 90+6 minutos).
Na final, hoje, em Turim, os “encarnados”, que perderam Sulejmani por lesão e passaram a jogar com Maxi Pereira como extremo, tiveram várias oportunidades de golo, mas não concretizaram nenhuma em 120 minutos.
Depois, o guarda-redes português parou os remates de Cardozo e Rodrigo e o troféu voltou a “fugir”, sendo conquistado pelo Sevilha, que venceu o desempate por 4-2.