A noite prometia muito aos benfiquistas, mas, tal como há um ano, o desapontamento prevaleceu sobre a euforia, com nova derrota na final da Liga Europa de futebol, desta feita frente ao Sevilha.
Ainda não era meia-noite e já não se viam cachecóis nem bandeiras "encarnados" em Maputo, a capital moçambicana, depois de o Benfica ter caído, em Turim, Itália, no desempate por grandes penalidades (4-2), após empate 0-0 no tempo regulamentar e prolongamento.
Ao fim do dia de quarta-feira, todos os caminhos pareciam ir desaguar na habitual festa da praça Robert Mugabe, onde os benfiquistas costumam comemorar em Maputo as suas vitórias - a cor vermelha dominava nos restaurantes e cafés lotados e havia no ar a perspetiva de caravanas automóveis pela noite fora.
Mas a conhecida "maldição de Bela Gutmann" estragou a festa, embora no café-restaurante Horóscopo as culpas tenham sido assacadas ao jogador paraguaio Cardozo, insultado pelos clientes desde que começou o seu aquecimento para entrar no jogo.
Outros comensais, possivelmente de clubes portugueses rivais, sorriram quando o jogador cumpriu as profecias dos adeptos e falhou o seu penalti.
Pouco depois, toda a gente tinha abandonado o restaurante, seguindo por ruas desertas, sem qualquer vestígio de movimento, nem mesmo por parte da polícia, que costuma estar atenta aos jogos do futebol europeu, para tentar cobrar o tradicional "refresco".
E nem mesmo a presença de uma forte comunidade espanhola na capital moçambicana originou uma buzinadela ou o desfraldar de uma bandeira do Sevilha em sinal de regozijo.