A Argentina tornou-se a sexta campeã Mundial de futebol, ao vencer em casa a edição de 1978, na qual a Holanda, sem Cruyff, voltou a cair na final, como quatro anos antes, cedendo agora no prolongamento.
Depois de passar despercebido na fase inicial, Mario Kempes acabou por ser o grande “herói” argentino, com seis golos nos últimos quatro jogos, dois deles na final, em Buenos Aires, num clima de loucura coletiva e confetes a voar por todo o lado.
Com uma equipa muito experiente, na qual não entrou o miúdo Maradona (então com os mesmos 17 anos com que Pelé brilhou em 1958), a Argentina passou por muitos sobressaltos, mas acabou campeã, empurrada pelo seu público, que fez a equipa superar-se.
Os comandados de Luís César Menotti não venceram o seu grupo da fase inicial, ao cederem no derradeiro encontro, perante a Itália (0-1), depois de já terem garantido o apuramento, com triunfos por 2-1 face a Hungria e França.
Na segunda fase, os argentinos começaram por bater a Polónia por 2-0 - com um "bis" de Kempes, que arrancou para a conquista do título de melhor marcador -, mas, depois, não conseguiram mais do que um "nulo" perante o Brasil, ficando dependentes da diferença de golos para chegar à final.
A “canarinha”, que tinha ganho ao Peru por 3-0, partiu para a última ronda em vantagem e ainda bateu a Polónia por 3-1, mas isso de nada lhe serviu, uma vez que a equipa local, que jogou depois, venceu os peruanos por 6-0. Apenas precisava de ganhar por quatro, sendo que o 4-0 chegou após 50 minutos.
Na final, uma dura batalha, a Argentina ganhou vantagem por Kempes, mas a Holanda chegou ao empate, aos 82 minutos, num cabeceamento de Dick Nanninga, e quase ao cetro aos 90, num remate de Resenbrink... ao poste direito.
No prolongamento, o conjunto "albiceleste" superiorizou-se, vencendo com tentos, "às três tabelas", de Kempes, aos 105 minutos, e Daniel Bertoni, aos 116, para delírio de 71.483 espetadores e de muitos milhões de argentinos.
Quase meia década depois de ter perdido (2-4 face ao Uruguai) a final do Mundial de 1930, a Argentina logrou o seu primeiro cetro, com uma equipa em que, além de Kempes, estiveram em grande plano Fillol, Passarella, Tarantini, Ardiles, Bertoni e Luque.
Pelo contrário, a Holanda, menos "mecânica" do que em 1974 devido à renúncia do "patrão" Johan Cruyff, voltou a falhar no jogo decisivo, apesar dos esforços de Resenbrink (cinco golos), Rep, Neeskens, Haan ou Krol.
Ao cair na segunda fase, por culpa da goleada da Argentina ao Peru, o Brasil ficou-se pelo terceiro posto, conquistado com um triunfo por 2-1 face à Itália, que só perdeu mais um jogo (1-2 com a Holanda) e logrou derrotar os campeões (1-0).
Numa prova em que Irão e Tunísia - ficaram pela primeira fase - foram os únicos estreantes entre os 16 finalistas, destaque ainda para as prestações individuais do peruano Teófilo Cubillas (cinco golos) e do austríaco Johann Krankl (quatro).
O 11.º Mundial decorreu de 01 a 25 de julho, nas cidades de Buenos Aires, Córdoba, Mar del Plata, Mendoza e Rosário, e manteve o formato de 1974 - quatro grupos de quatro na primeira fase, dois de quatro na segunda, seguindo-se o jogo do "bronze" e a final.
Em matéria de golos, a média foi ligeiramente superior à da edição anterior (2,68 contra 2,55), mas não deixou de ser a segunda pior de sempre, até à altura, face aos 102 marcados, em 38 jogos, presenciados por mais de 1,7 milhões de espetadores.