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Mundial-1986: O "solo" de Diego Armando Maradona

Diego Armando Maradona "dançou" a solo o "tango" da vitória em 1986, no México, levando ao “colo” a Argentina rumo ao segundo título mundial da sua história, no palco onde Pelé arrebatara a Taça Jules Rimet.

Mundial-1986: O "solo" de Diego Armando Maradona
Futebol 365

Do “alto” dos seus 1,70 metros, o então jogador do Nápoles foi um “gigante”, conseguindo, mais do que qualquer outro jogador, antes ou depois, personalizar uma edição, entrando para a “lenda” com um dos melhores – para muitos o melhor - da história.

A Argentina, que conquistara o primeiro título em 1978, foi Maradona e mais 10, sobretudo na altura das decisões: “bisou” face a Inglaterra (2-1, nos “quartos”) e Bélgica (2-0, nas “meias”) e, depois da RFA recuperar de 0-2 para 2-2, na final, descobriu espaço para oferecer a Burruchaga o golo da vitória (3-2).

Frente aos ingleses, "El Pibe de ouro" apontou mesmo dois dos mais célebres golos da história dos Mundiais, o primeiro aos 51 minutos, com a mão, a "mão de Deus", segundo o próprio, que o árbitro tunisino Ali Bennaceur não viu.

Três minutos depois, interpretou o melhor golo de "todos os tempos": recebeu a bola ainda no seu meio campo e, com o esférico "colado" ao pé esquerdo, foi avançando e deixando para trás todos os ingleses que lhe foram saindo pela frente, até passar pelo guarda-redes Peter Shilton e atirar a contar. Só visto.

A 10 minutos do final, Gary Lineker ainda marcou o seu sexto golo na prova - acabou como melhor marcador -, mas a Argentina seguiu em frente, para defrontar a Bélgica. O guarda-redes Jean-Marie Pfaff prometeu, então, “parar” Maradona, mas este, imparável, respondeu em campo, com dois golos soberbos.

Na final, o “10” dos "albi-celestes" foi marcado impiedosamente por Lothar Matthaus e não teve muitas oportunidades para aparecer, mas, no momento certo, rodeado de adversários, fez o passe para Burruchaga sentenciar.

A 29 de junho de 1986, no Estádio Azteca, o “capitão” Maradona ergueu bem alto a "sua" Taça do Mundo, a concretização do sonho de um futebolista ímpar. A Argentina, que não o deixou ser campeão em casa, em 1978, deve-lhe o segundo título.

Maradona, que terminou a prova com cinco golos, foi, sem dúvida, o melhor que aconteceu no México, onde “demasiados” jogos foram decididos na "lotaria" das grandes penalidades - incluindo todos os dos quartos de final, exceto o da Argentina - e reinaram os espetáculos de fraca qualidade.

A destoar da mediocridade geral, o Bélgica-União Soviética (4-3, após prolongamento, nos "oitavos"), o Espanha-Dinamarca (5-1 na mesma fase, com quatro golos de Emílio Butragueño) e o Brasil-França, que os gauleses ganharam nos "penaltis", nos "quartos".

Por seu lado, a RFA chegou à final sem convencer, ao somar apenas três pontos na primeira fase, vitórias muito apertadas sobre Marrocos (oitavos de final) e México (“quartos”) e um triunfo muito "enganador" sobre a França (2-0, nas meias).

O Brasil, com uma formação sem a classe da de 1982, acabou por cair na "lotaria", com a França, que, na eliminatória anterior, havia deixado pelo caminho uma Itália sem categoria para defender o título brilhantemente conquistado em Espanha.

Em termos de surpresas positivas, destaque para Marrocos, que venceu o seu grupo da primeira fase - empatou a zero com Polónia e Inglaterra e bateu um dececionante Portugal por 3-1 - e só "caiu" aos 87 minutos dos oitavos de final, frente à RFA (0-1).

No que respeita ao formato, o Mundial de 1986 foi muito diferente do anterior: após uma primeira fase com seis grupos de quatro equipas, rumaram aos "oitavos" os dois primeiros de cada e ainda os quatro melhores terceiros, para os jogos a eliminar.

Em solo mexicano, o futebol não foi de grande qualidade estética e também não teve muitos em golos: foram 132 em 52 encontros, o que deu uma média de 2,54 tentos por encontro, a pior até então - o mínimo estava cifrado em 2,55 (RFA'74).

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