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LC/Final: O "Leão de Lisboa" que é roupeiro do Celtic há duas décadas

John Clark pode ser hoje “apenas” o roupeiro do Celtic, mas é uma das maiores figuras da história do clube, membro dos “Leões de Lisboa”, equipa que levantou a Taça dos Campeões Europeus de futebol há 47 anos.

LC/Final: O "Leão de Lisboa" que é roupeiro do Celtic há duas décadas

Em 1967, no Estádio Nacional, naquela que era até hoje a única final dessa competição realizada em Lisboa, o Celtic de Glasgow bateu o altamente favorito Inter de Milão, por 2-1, e escreveu o maior feito da sua história.

“Eles (jogadores do Inter de Milão) eram as super-estrelas do futebol da altura e por isso, talvez, estavam demasiado confiantes que iam ganhar. Nós eramos os ‘coitadinhos’. Ninguém diria que iriamos ganhar. Ninguém”, recordou à agência Lusa o antigo defesa esquerdo escocês, hoje com 73 anos de idade.

E tudo parecia que ia correr de feição para os italianos, quando Sandro Mazzola marcou de grande penalidade, aos sete minutos. Contudo, a segunda parte acabou por ser memorável para o Celtic. Tommy Gemmell igualou a final, aos 63 minutos, e Stevie Chalmers “chocou” o Inter de Milão, quando fez o golo da vitória, aos 84.

“Eramos uma equipa que tinha muita confiança. Muita mesmo. E um treinador (Jock Stein) que nos fazia acreditar que eramos capazes de tudo, mas, ao mesmo tempo, fazia-nos ter os pés no chão”, explicou John Clark, na altura um jovem de 26 anos.

Para o antigo jogador, esta vitória do Celtic, clube conhecido pela sua ligação à religião católica, também teve o “toque” de Deus.

“Um amigo nosso, o padre O´Reagen, estava em Lisboa e o nosso treinador pediu-lhe para efetuar uma missa para nós. Crescemos todos de uma forma religiosa e sempre cumprimos as regras. Acho que nesse dia Deus ajudou-nos”, revelou.

Mal o árbitro apitou para o final do encontro, o relvado do Estádio Nacional foi prontamente invadido pelos adeptos do Celtic.

“Eu e o Bobby estávamos a abraçar-nos junto à linha do meio-campo quando de repente estávamos rodeados pelo público e pelos adeptos. É a última recordação que tenho desse momento”, contou.

Depois da sua carreira como futebolista, Clark teve uma breve passagem, sem grande sucesso, pelo cargo de treinador, mas foi no início dos 90 que acabou por regressar ao Celtic, como roupeiro do clube.

Passadas duas décadas, continua a exercer “com muita alegria” essas mesmas funções e a ajudar o clube do seu coração, sendo responsável pelo material desportivo, não só da equipa principal, mas também dos escalões jovens.

“Quase todos os dias tenho jogadores a perguntarem-me se eu sou aquele rapaz que está na fotografia dos “Leões de Lisboa. Digo-lhes que sim, mas não acho importante que saibam quem eu sou. Sou um funcionário do Celtic”, disse.

A cidade de Lisboa vai ficar sempre ligada à história do Celtic e, passado quase meio século, todos os anos adeptos do clube, dos mais novos aos mais velhos, deslocam-se ao Estádio Nacional de propósito para pisar o palco onde o emblema escocês viveu a maior momento de seus 126 anos de existência.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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