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Mundial-1966: «Jogadores seriam melhores hoje em dia», António Simões

António Simões acredita que os jogadores que levaram Portugal ao terceiro lugar do Mundial de 1966 seriam todos melhores jogadores atualmente, considerando os “magriços” uma “geração fantástica”.

Mundial-1966: «Jogadores seriam melhores hoje em dia», António Simões
Futebol 365

“Vou ser um pouco egoísta nessa questão. Acredito plenamente que a grande maioria dos jogadores que participaram no campeonato do Mundo de 66 hoje seriam todos melhores jogadores. Se todos tivessem hoje 20 anos, e se Deus tivesse tido a generosidade de nos dar o talento enquanto jovens, hoje seríamos muito melhores jogadores”, considerou.

Em entrevista à agência Lusa, o antigo extremo classificou a equipa que esteve em 1966 em Inglaterra, como “uma geração fantástica”, numa altura em que as condições e o conhecimento sobre o treino eram muito inferiores às atuais.

“Estou a falar de uma geração fantástica, em especial num país tão pequeno, com tão poucos praticantes. Pegarmos nas malinhas e irmos para um Mundial fazer o que fizemos, é extraordinário”, afirmou.

Questionado sobre as razões que levaram a que esta geração não voltasse a estar presente numa grande competição, Simões falou de um problema cultural, que “é descansar à sombra da bananeira, depois do que foi conseguido”, não tendo existido qualquer aposta “na organização, num quadro competitivo melhor”.

“Como se a geração dessa altura fosse o sustento eterno para o futebol (português) a nível internacional. Entre 61 e 68, o Benfica esteve em cinco finais (da Taça dos Campeões) e ganhou duas e o Sporting esteve numa (da Taça das Taças), o que é extraordinário, metendo-se ainda o campeonato do Mundo pelo meio. O que revela que essa geração de futebolistas tinha muito valor”, referiu.

Para Simões, na altura “não se fez o que mais tarde viria a ser feito pelo professor Carlos Queiroz, ou seja, organização, planeamento e rentabilização de uma riqueza extraordinária, que é o jeito do jovem para a prática do futebol”.

“A minha geração é espontânea, a minha geração é a demonstração desse tal jeito para a prática do futebol, na qual África nos deu uma ajuda preciosa. Mas, sobretudo, deu-nos a certeza de que valeria a pena investir na organização, no planeamento e na rentabilização do jovem português”, disse.

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