O antigo futebolista António Simões disse esperar que a morte de Eusébio e Mário Coluna possa estimular a prestação da seleção portuguesa no Mundial2014, que se disputa no Brasil.
“Não sei se o desaparecimento destes dois homens pode ter influência no comportamento dos jogadores. oxalá seja um estímulo para jogarem bem, para poderem transcender-se e trazerem prestígio e glória para o nosso país”, disse.
Em entrevista à agência Lusa, o antigo “magriço” considera que “é importante é que os jogadores percebam que estes dois homens foram grandes referências para o futebol e para o país e que estão na história, e que eles também devem fazer história”.
“Se conseguirem combinar isso era muito bonito, jogar para si, representando Portugal, mas também para os outros que não estão cá. Se isso for levado como uma motivação, de que vale a pena jogar futebol, representar o país, não desperdiçar esta oportunidade, aí estou seguro de que vamos ter uma boa participação”, afirmou.
Companheiro dos dois ex-futebolistas no Benfica e na seleção portuguesa que foi terceira no Mundial de 1966, Simões lembra as “duas personalidades diferentes”, considerando “Eusébio mais irmão, Coluna mais pai”.
“[Coluna] fazia lembrar aquele pai que se senta à mesa e, quando os filhos não se sentam bem na cadeira, não sabem pegar nos talheres ou fazem barulho, só abre os olhos, não fala, a mensagem está dada”, disse.
Como jogador, o “capitão” da seleção em 1966 era, de acordo com Simões, extremamente forte, a nível mental, físico, psicológico, e com uma atitude tão preponderante, que até os árbitros o tratavam por “senhor Mário Coluna”, recordando que “era um homem de afeto, de muito poucas palavras”.
Sobre o “pantera negra”, Simões diz que “foi o melhor de todos” e que “não vale a pena discutir” isso, considerando que “Eusébio nasceu jogador, nasceu atleta, nasceu para jogar bom futebol”.
“Se se considera que o futebolista daquele nível tem de ter uma inteligência específica, o Eusébio tinha-a. Se quisermos dizer que o futebol tem cultura, o Eusébio foi extremamente culto. Se quisermos dizer que o futebol pertence aos grandes atletas, Eusébio foi um grande atleta. O Eusébio teve tudo”, disse Simões, acrescentando que “se hoje tivesse 20 anos, seria um dos melhores do Mundo, como foi no seu tempo”.