Pedro Mendes coloca Portugal no lote dos “candidatos naturais” à conquista do Mundial2014 e espera que Cristiano Ronaldo recupere totalmente para estar a 100 por cento fisicamente e ser o elemento desequilibrador da seleção nacional de futebol.
O antigo internacional inclui Portugal no lote dos potenciais vencedores da prova, juntamente com o anfitrião Brasil, Espanha e Alemanha, os “candidatos naturais”, colocando num patamar mais abaixo França, Inglaterra e Argentina e chamando a atenção para o que considera poderem vir a ser “boas surpresas”: Bélgica e Colômbia.
“Toda a gente quer ir o mais longe possível, mas voltamos ao velho chavão: o importante é passar a fase de grupos e, depois, ter sorte na seleção que nos calhar. Depois é um jogo, o ‘mata-mata', e com todos a remar para o mesmo lado penso que é possível ir longe", afirmou, em entrevista à agência Lusa.
Ex-companheiro de Cristiano Ronaldo na seleção “AA”, Pedro Mendes espera que a condição física do "capitão" da equipa não seja um problema.
“Ainda falta muito tempo. De certeza que está a realizar um trabalho específico e todos esperamos que o Cristiano esteja na sua plenitude. É um jogador importantíssimo porque, mesmo não jogando bem, provoca problemas na outra equipa, porque arrasta dois, três jogadores na marcação e liberta espaços para os colegas", explica.
E, “estando bem”, o astro do Real Madrid pode mesmo ser o melhor jogador e marcador do torneio, até porque “ele não é aquele avançado que precisa que lhe deem bola: ele vem buscar, ele cria, ele finaliza, ele resolve. Estando no seu normal, é um dos candidatos a melhor jogador do Mundial”, disse.
Instado sobre uma eventual excessiva dependência do "Bola de Ouro de 2013", considera-a natural.
"É mesmo assim. Quando estás naquele sufoco lá atrás, tens que ter aquele jogador lá na frente a quem podes dar a bola que ele resolve. Por isso é que ele é o melhor do mundo, por isso é que há jogadores que são brilhantes e se diferenciam de todos os outros", disse.
Pedro Mendes destacou depois os "jogadores de equilíbrio, que são importantíssimos", elencando Bruno Alves e Pepe, "dois centrais de classe mundial", e Moutinho, "o ‘relógio’ ali do meio, por quem tudo passa. É um jogador inteligente que equilibra toda a equipa, cria linhas de jogo e joga entre espaços", elogiou.
Numa breve análise aos adversários de Portugal no grupo G, frisou a imprevisibilidade dos africanos do Gana, uma "equipa forte, com bons jogadores", destacou a importância do treinador alemão Jurgen Klinsmann na motivação dos Estados Unidos e constatou o valor seguro da Alemanha, um dos seus candidatos à vitória final.
Defendeu ainda a importância da partida inaugural no desenrolar da prova.
“Em qualquer competição o primeiro jogo é muito complicado. Perdendo, é logo uma pressão acrescida para o segundo jogo. Independentemente do adversário que for, és obrigado a vencer, não podes falhar. Estou curioso para ver como Portugal e Alemanha vão abordar o jogo", concluiu.