O lisboeta Rui de Almeida, de 51 anos, será um dos voluntários na Arena Amazónia, em Manaus, durante o Mundial2014 de futebol, onde a seleção portuguesa vai defrontar os Estados Unidos.
"Fiquei bastante contente com a oportunidade, não só em termos de voluntariado. A minha seleção vai estar aqui, teremos provavelmente um dos melhores jogos do Mundial, entre Inglaterra e Itália, e vou poder ajudar", disse à agência Lusa, por telefone.
Apesar de prever que estará perto da seleção portuguesa no dia 22 de junho, quando os futebolistas lusos enfrentam os Estados Unidos em Manaus, Almeida sabe que não poderá "acompanhar a partida com calma, como se estivesse em casa".
O designer gráfico, que vive há dois anos em Manaus, será um dos 750 voluntários no interior do estádio, liderando uma equipa de apoio à imprensa. Os treinos para a função já estão a ser realizados.
"Desde setembro [de 2013] há voluntários, formações, testes comportamentais, avaliação para ver como reagimos ao gerir conflitos. Já conhecemos a Arena, mas só a partir do dia 07 teremos mais informações específicas", disse Almeida, realçando que o edifício onde funcionará a comunicação social do estádio ainda não está pronto.
O lisboeta, que pretende ajudar nas comunicações em inglês e francês, afirmou ainda que são realizadas formações via internet, e que os últimos detalhes serão acertados durante a próxima semana.
Nos dois anos que vive em Manaus, Almeida desenvolveu sua técnica para enfrentar o clima quente e húmido da cidade: consumir muita água, usar boné ou chapéu e evitar usar mangas curtas no início da manhã ou no fim da tarde, para prevenir picadas de mosquitos que transmitem dengue ou malária.
O voluntário disse que "quem é de Portugal não estranha muito o calor" da Amazónia e que o estádio tem uma abertura para a passagem do ar que deixa o local ventilado.
A Arena da Amazónia ainda não está totalmente pronta. Almeida afirmou que a infraestrutura de Manaus, "que é praticamente uma ilha, rodeada da água dos rios", dificulta a chegada dos materiais de construção.
O estádio fica na região central da cidade e, nos dias de jogos, estabelecimentos comerciais e escolas estarão fechados para diminuir o trânsito e facilitar o acesso.
O voluntário não esconde que irá torcer por Portugal durante o Mundial, mas acredita que o Brasil seja favorito.
"Os brasileiros vão jogar em casa, temos de ser objetivos. Os jogadores europeus estão cansados, devido ao calendário", disse.
Ser voluntário não é uma novidade para Almeida, poisjá trabalhou no Euro2004, em corridas urbanas e concertos.