O vice-presidente da FIFA Jim Boyce disse hoje que apoiará uma votação para eleger uma nova sede do Mundial2022 de futebol caso se confirmem atos de corrupção no processo que elegeu o Qatar como anfitrião do evento.
Em declarações à BBC Radio 5 Live, o dirigente, que também é presidente honorário da Federação Irlandesa de Futebol, disse que a FIFA vai “analisar seriamente” os resultados do inquérito que investiga as denúncias de alegada corrupção nas escolhas da Rússia e Qatar para as edições de 2018 e 2022 do Mundial.
O advogado norte-americano Michael Garcia, que lidera as investigações, deverá entregar os resultados finais do inquérito até final deste ano.
“Não teria nenhum problema em recomendar uma nova votação”, admitiu Jim Boyce, no mesmo dia em que o jornal Sunday Times escreveu que tem “milhares de emails, documentos e registos de transferências bancárias” que provam subornos na ordem dos cinco milhões de dólares para o Qatar acolher o Mundial2022 de futebol.
Boyce sublinhou que o Comité Executivo da FIFA “apoia a 100 por cento Michael Garcia”, que tem autorização do organismo para “falar com qualquer pessoa para conseguir terminar a sua missão”.
“Todas as eventuais provas devem ser canalizadas para ele [Michael Garcia]. Depois, aguardaremos por um relatório completo com o resultado das suas investigações”, explicou o dirigente.
Segundo o Sunday Times, cerca de 3,3 milhões de euros terão sido distribuídos pelo qatari Mohamed bin Hammam, banido em 2011 do Comité Executivo da FIFA, que integrava desde 1996, por acusações de suborno quando se candidatou à presidência do organismo.
Jim Boyce ocupou em 2011 precisamente a vaga deixada pela saída de Bin Hammam.