O presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF) e vice-presidente da FIFA, Issa Hayatou, negou hoje as acusações de corrupção publicadas no domingo no jornal Sunday Times no âmbito da atribuição do Mundial2022 ao Qatar.
Em comunicado divulgado no sítio da CAF, Hayatou “rejeita categoricamente e formalmente as acusações de corrupção a si imputadas”.
“Hayatou nunca recebeu de [Mohamed] Bin Hammam [então membro do comité executivo da FIFA, irradiado em 2012 por corrupção, e que presidia à confederação asiática], do emir do Qatar ou de qualquer membro da candidatura qatari recompensas financeiras para apoiar a candidatura Qatar2022”, lê-se no comunicado, aludindo a “alegações fantasiosas” e a “afirmações ridículas”.
A atribuição do Campeonato do Mundo de 2022 ao Qatar está no centro de novas acusações após as revelações do jornal britânico, de que Bin Hammam teria pagado subornos para garantir apoios à candidatura do seu país, que viria, a 02 de dezembro de 2010, a ser escolhido como “palco” da competição.
O Sunday Times diz ter na sua posse milhares de emails e de outros documentos que comprovam os pagamentos em dinheiro feitos por Bin Hammam.
“O presidente da CAF nunca fez nenhum convite a Bin Hammam, nem em Doha nem em Kuala Lumpur”, sublinha a CAF, a propósito das acusações sobre “ofertas de valor da parte de Bin Hammam” e sobre o facto de “ter sido imensamente apaparicado durante uma visita organizada a Doha, em dezembro de 2009”.
A CAF desmente também que “Bin Hammam, como presidente à época da comissão Goal da FIFA, tenha beneficiado a federação camaronesa num projeto avaliado em cerca de 400 mil dólares norte-americanos”.
“Esta é a demonstração cruel do desconhecimento funcional das instâncias da FIFA. O presidente de uma comissão não toma decisões unilateralmente, mas de uma forma coletiva”, salienta a CAF.
No mesmo comunicado, Hayatou "considera que estas acusações se destinam, mais uma vez, a descredibilizar não só a sua pessoa, mas também o continente africano de uma maneira geral”.
“Tal como em 2011, o presidente Hayatou aguarda impacientemente as famosas provas descritas pelo Sunday Times” e “reserva-se o direito de intentar judicialmente os responsáveis por esta campanha de difamação”.