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Platini garante 'total transparência' de ação na eleição do Mundial2022

O presidente da UEFA, Michel Platini, refutou hoje qualquer participação no alegado esquema de corrupção da candidatura vencedora do Qatar à organização do Mundial2022 de futebol, garantindo “total transparência” na sua ação.

Platini garante 'total transparência' de ação na eleição do Mundial2022
Futebol 365

“Quero recordar que fui o único membro do Comité Executivo da FIFA a dizer publicamente em quem votou (prova a minha total transparência) e que ninguém dita o meu comportamento. Não me surpreende a difusão de rumores sem fundamento que visam sujar a minha imagem num momento importante para o futuro do futebol. Já nada me surpreende”, lamentou.

O jornal britânico Daily Telegraph noticiou hoje uma “reunião secreta” entre Platini e o antigo diretor executivo Mohamed bin Hamman (então presidente da Confederação Asiática de Futebol e candidato à liderança da FIFA, foi irradiado do futebol em 2012), horas antes de almoço com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, no qual também participou o filho do emir do Qatar e o primeiro-ministro do país.

Esse encontro realizou-se em novembro de 2010, um mês antes de o Qatar surpreender o Mundo com o seu triunfo para 2022: o país árabe tem sido sistematicamente acusado de ter comprado a vitória da sua candidatura, surgindo, amiúde, factos que comprometem a transparência do processo.

“É assombroso como uma conversa com um colega do Comité Executivo da FIFA possa transformar-se numa conspiração de Estado”, ironiza Platini, admitindo que em 2010 esteve varias vezes com Mohammed bin Hamman, uma vez que ambos eram membros do Comité Executivo da FIFA desde 2002.

O dirigente francês esclareceu: “Durante essas conversas o tema era a candidatura à presidência da FIFA. Ele tentava convencer-me a candidatar-me às eleições de 2011”.

O diário britânico assegura que Hamman “pressionou” Platini para apoiar o projeto do Emirado.

“Fui convidado para um jantar com Sarkozy onde estava o Primeiro-Ministro do Qatar. Não me pediram o voto durante o jantar (...). Sabiam que seria independente”, disse Platini, na altura.

Depois das reuniões de Hamman em França, a Qatar Sports Investments (QSI) comprou (2011) o Paris Saint-Germain, equipa favorita de Sarkozy e o filho de Platini assumiu a presidência executiva da Burrda, uma marca desportiva financiada pelo Qatar – o dirigente sempre negou qualquer ligação entre os factos.

A decisão de atribuir os mundiais de 2018 à Rússai e de 2022 ao Qatar foi tomada a 02 de dezembro de 2010 em reunião em Zurique.

Em marco, o Sunday Times revelou documentos de pagamentos de 3,7 milhões de euros feitos por Hammam a responsáveis do futebol africano, bem como correio eletrónico suspeito com funcionários da federação da Tailândia, país que meses depois celebrou um acordo de gás com o Qatar.

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