Fernando Seara e Rui Rangel apresentaram hoje, num hotel de Lisboa, um projeto comum para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), com o objetivo de criar uma Liga “forte, coesa e sustentável do ponto de vista financeiro”.
No entanto, nem um nem outro quiseram esclarecer qual o cargo que vão desempenhar na lista comum de candidatura à presidência da Liga, embora tudo aponte para que Fernando Seara venha a ser candidato a presidente da Direção e Rui Rangel à Comissão de Instrução e Inquérito daquele organismo.
“É importante ter uma linha programática definida, que sirva os interesses do futebol, da Liga e dos clubes, porque só com clubes fortes podemos ter uma Liga forte e credível”, disse o juiz Rui Rangel, para quem é necessário “inverter a rota de colisão em que a atual Direção da Liga se colocou face à FPF e aos clubes”.
Rangel falou na necessidade de pacificar a relação entre os clubes e a Liga e considerou “não ser razoável” que esta esteja “em contraciclo com os clubes e os seus parceiros financeiros”, numa alusão à política seguida pelos atuais responsáveis da Liga.
Já o vereador da Câmara de Lisboa teceu rasgados elogios a Rui Rangel, pôs a tónica “numa Liga forte com capacidade de diálogo com a FPF” e quando desafiado a explicar à súbita profusão de candidatos à presidência da Liga deixou entender que aqueles não vão ser assim tantos.
“Uma coisa são os pré-candidatos, outra os candidatos e outra ainda os candidatos efetivos”, comentou Seara, que se escusou a revelar se irá ser o presidente da Direção da Liga caso seja eleito, refugiando-se no argumento de que “não anda à procura de cargos”.
Rui Rangel bateu na mesma tecla de Seara, alegando que avançou para este projeto por se “mover por princípios, propostas e estratégias”, e confessou a sua “paixão pelo Benfica”, mas garantiu “não confundir nunca essa paixão com o exercício dos cargos”.
Um e outro recusaram comentar as declarações do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, que criticou duramente o FC Porto e o Benfica pela estratégia que seguiram na corrida eleitoral para a Liga, bem como o posicionamento de ambos acerca dos direitos televisivos e a ação que a atual direção da Liga interpôs contra a Olivedesportos por alegado monopólio daqueles.
No entanto, Rui Rangel deixou perceber o seu posicionamento em relação a esta questão ao afirmar que “existem contratos válidos” com um parceiro financeiro [Olivedesportos] que tem desempenhado “um papel importante na sustentabilidade do futebol português”.
“Não se pode rasgar contratos, devem ser cumpridos, o que não invalida que se criem condições para assegurar mais retorno dos direitos televisivos para os clubes”, argumentou Rui Rangel, para quem a centralização desses direitos “tem de ser colocada na ordem do dia, sem pôr em causa o cumprimento dos contratos”.
As eleições para a Liga de Clubes realizam-se na próxima quarta-feira e, além de Fernando Seara, também o atual presidente da LPFP, Mário Figueiredo, o antigo presidente do Rio Ave Paulo de Carvalho já apresentaram as respetivas candidaturas.
Rui Alves demitiu-se da presidência do Nacional para avançar com uma candidatura.
Está ainda perfilada a candidatura do presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes, além do antigo presidente da Câmara Municipal de Castelo de Paiva Paulo Teixeira.