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Mário Figueiredo quer aumentar receitas com fim do monopólio televisivo

Defender os interesses dos clubes médios e pequenos, aumentar as receitas e acabar com o monopólio da Olivedesportos são as principais linhas orientadoras da recandidatura de Mário Figueiredo à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Mário Figueiredo quer aumentar receitas com fim do monopólio televisivo
Futebol 365

“Estou convencido que os clubes são inteligentes e vão perceber que a única forma de defender os seus interesses é com uma pessoa independente. Que não seja dependente de nenhum partido político, da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e que não faça fretes aos clubes ‘grandes’”, defendeu Mário Figueiredo, em entrevista à agência Lusa.

Sob a mira do atual presidente da LPFP, que cumpriu mandato conturbado com sucessivas tentativas de o destituírem, estão a Olivedesportos, de Joaquim Oliveira, detentora dos contratos das transmissões televisivas, a FPF e os restantes candidatos, nomeadamente Fernando Seara.

“A candidatura de Fernando Seara é a de tentar pôr a raposa a tomar conta do galinheiro, porque é o candidato de Joaquim Oliveira, que, aliás, já está a fazer ameaças aos clubes da II Liga que não tem dinheiro para lhes pagar e que vai reduzir os seus montantes”, concretiza Mário Figueiredo.

Evitar represálias foi a principal razão para Mário Figueiredo não divulgar os clubes que o apoiaram na sua recandidatura.

“Não nos podemos esquecer que dos 18 clubes que a I Liga vai ter para o ano, cinco são detidos por percentagens qualificadas pelo próprio detentor dos direitos”, disse.

O atual presidente da LPFP entende que Fernando Seara, ex-presidente da Câmara Municipal de Sintra, “é um candidato político” e defende a separação de influências dos partidos nas instituições privadas.

“Não faz sentido um candidato, que fez um favor a um partido ao concorrer às eleições Câmara de Lisboa, que estavam perdidas à cabeça, ter ficado desempregado e, depois de ter feito esse frete, ser-lhe servido numa bandeja o cargo de presidente da LPFP”, referiu.

Mário Figueiredo contestou as candidaturas “sem programa específico”, negociadas “em hotéis e restaurantes” para “cozinhar lugares e distribuir posições”, salientando que a sua recandidatura é “dar continuidade ao 25 de abril que se encontra em marcha”.

“Se os clubes quiserem continuar na dependência do senhor Joaquim Oliveira é nomearem Fernando Seara para a Liga”, apontou Figueiredo, defendendo que este candidato “cai como uma luva” no poder instituído e que será um empregado da FPF ou, quanto muito, uma espécie de “núncio”.

O atual presidente da LPFP criticou o atraso, provocado pela inação dos seus antecessores, na resolução da questão dos direitos das transmissões televisivas, que, “no período dourado de 2006 a 2013, permitiram aos operadores encaixar 180 milhões de euros à custa dos clubes”.

“Na realidade, o que faz o operador dos direitos televisivos é entregar uma parte muito pequena dos frutos que tem da exploração comercial dos contratos de transmissão de um espetáculo televisivo que os clubes proporcionam e ainda por cima paga tarde e mal”, apontou.

O manifesto eleitoral de Mário Figueiredo pretende dar continuidade ao trabalho já iniciado, mas ainda por concluir, e integra, por isso, a necessidade pôr termo à posição dominante da Olivedesportos, justificando a queixa apresentada na Autoridade da Concorrência (AdC) por 28 dos 36 clubes profissionais.

“Os clubes estão a sofrer na pele, nestes últimos dois anos e meio, as consequências e a retaliação de terem apresentado uma queixa na AdC. Utilizando uma metáfora, simbolicamente, é um pouco como o escravo que agradece o prato de comida que lhe dá a pessoa que o escraviza”, disse.

O que acontece, explicou ainda Mário Figueiredo, “é que o titular dos direitos de transmissão televisiva criou um sistema que obriga os clubes a pedirem adiantamentos e coloca-os numa situação de terem de pedir a quem os alimenta o favor de os estar a alimentar”.

“Atualmente, a empresa que difunde o futebol, a SportTV, paga 100 milhões de euros ao detentor dos direitos de transmissão de jogos (Olivedesportos), mas os clubes só recebem 50 milhões”, segundo Mário Figueiredo, que pretende ver esta verba significativamente aumentada.

Caso os clubes decidam aprovar em Assembleia Geral a centralização dos direitos das transmissões televisivos na LPFP, Figueiredo propõe um “sistema coerente de distribuição do dinheiro, com base num princípio de solidariedade e numa base de mérito desportivo (atual, acumulado e histórico)”.

“Aquilo que foi a controvérsia do meu mandato teve a ver com a génese e as ideias centrais programáticas que me propus trazer para a Liga, Os princípios do meu mandato mantêm-se plenamente válidos e o que que me faz recandidatar é levar ate ao fim o que nos moveu desde o principio”, rematou.

Na sexta-feira, a LPFP anunciou que foram apresentados quatro dossiês de candidatura, dois em nome de Fernando Seara, um de Rui Alves e outro de Mário Figueiredo.

A "regularidade das listas e a elegibilidade dos candidatos" para as eleições de quarta-feira vai ser anunciada na segunda-feira, de acordo com o comunicado da LPFP.

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