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Rui Alves pela "socialização" da Liga contra a "fascização"

Rui Alves pretende promover a “socialização do futebol profissional”, com a sua candidatura à presidência da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), opondo-se à “fascização” e contra a “deficiente”, “egoísta” e “lobista” forma como o organismo tem sido governado.

Rui Alves pela "socialização" da Liga contra a "fascização"
Futebol 365

“A candidatura está dividida em duas propostas. Uma que corresponde a um programa de execução de um conjunto de medidas nesta mudança que se impõe para o futebol profissional e uma linha conceptual e ideológica, que marca uma diferença para os que se nos vão opor neste ato eleitoral”, defendeu Rui Alves, em entrevista à agência Lusa.

Uma das propostas de “aplicação urgente” do antigo presidente do Nacional passa pela revisão estatutária da LPFP, para devolver a gestão aos clubes, através de “uma comissão executiva altamente profissionalizada e especializada”, diminuindo, assim, o peso do presidente.

Regulamentar as transferências dos direitos económicos dos jogadores, seguindo o exemplo de modelos já existentes, clarificar os fundos de investimento, para a LPFP “conhecer a origem dos dinheiros que andam no futebol, de forma licita ou ilícita”, e a centralização dos direitos televisivos são outras das suas propostas.

Rui Alves compara o modelo atual de gestão económica da LPFP ao comércio, em que os clubes e as SAD são “franchisados” de uma marca que é o futebol profissional, tendo a LPFP como representante.

“Este ‘master-franchising’, do ponto de vista do custo do seu financiamento e organização, tem um orçamento da ordem dos 14 milhões de euros, pagos, direta ou indiretamente, por 32 associados, praticamente de forma igual, havendo uma pequena diferença entre os dois escalões”, explicou.

De acordo com Rui Alves, “este master-franchising produz um negócio para a marca futebol profissional de 300 milhões de euros e dois emblemas levam 150 milhões deste negócio. Não existe, para estes dois emblemas [FC Porto e Benfica], nenhum negócio no mundo tão atrativo”.

“Isto é uma espécie de Telexfree [empresa acusada de fraude financeira com base num esquema de pirâmide ou bolha], pois dois ganham e 30 perdem”, referiu Rui Alves, que subscreve, a exemplo de outras ligas europeias, uma maior equidade na participação com os custos da organização e na repartição de ganhos.

Rui Alves revelou ser adepto do modelo inglês, em que prevê uma relação de 1,5 na relação da distribuição das receitas entre o primeiro e o último classificado, ou mesmo do alemão, que é de 3,3, bem diferente do um para nove aplicado em Portugal.

Caso vença as eleições de quarta-feira, Rui Alves prevê que os clubes médios e pequenos aumentem substancialmente as suas receitas, bem como a própria Liga, caso os seus associados aprovem a retenção de cinco por cento do valor de cada transferência. Um valor abaixo dos 15% praticados na Argentina, mas, mesmo assim, salvaguardou o dirigente, “muito inferior ao que normalmente pagam aos empresários”.

“Enquanto não se conseguir concretizar a centralização de direitos televisivos, que todos nós desejamos que aconteça o mais rapidamente possível, os clubes deverão passar para a organização, que os irá redistribuir com a mesma fórmula, uma receita que correspondesse a cinco por cento dos seus direitos televisivos”, defende Rui Alves.

De acordo com o ex-presidente do Nacional, “muitos dos clubes pequenos irão ceder cinco por cento mas irão receber muito mais”.

“Está aqui explicada a grande clivagem ideológica que temos em relação aos outros candidatos. Está aqui explicado porque é que eu digo que a minha candidatura é a do povo do futebol profissional”, frisou.

Rui Alves assegurou que a sua candidatura é representativa “dos clubes que menos condições têm para a sustentabilidade dos seus projetos, devido a uma deficiente, egoísta e lobista forma de governação do futebol profissional”, desde que ocorreu a separação com o não profissional.

Na sexta-feira, a LPFP anunciou que foram apresentados quatro dossiês de candidatura, dois em nome de Fernando Seara, um de Rui Alves e outro de Mário Figueiredo.

A "regularidade das listas e a elegibilidade dos candidatos" para as eleições de quarta-feira vai ser anunciada na segunda-feira, de acordo com o comunicado da LPFP.

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