O presidente da FIFA, Joseph Blatter, absteve-se hoje de declarar a recandidatura ao cargo, durante os discursos que proferiu na abertura do congresso do organismo que superintende o futebol mundial, em São Paulo, Brasil.
O dirigente, porém, afirmou que o futuro da FIFA passa por uma “liderança forte”, tendo em conta as “controvérsias” em curso, nomeadamente o caso “Qatargate”, que envolve grandes indícios de corrupção no processo de escolha daquele país do Médio Oriente para a realização do Mundial de 2022.
Aos 78 anos, Blatter mantém o tabu relativamente à sua recandidatura – seria o seu quinto mandato -, tendo em conta que o ato eleitoral está marcado para 29 de maio de 2015, em Zurique.
Depois dos dois discursos de hoje, o de abertura e um outro formal, enquanto presidente do organismo, Joseph Blatter voltará a falar aos jornalistas na conferência de imprensa que assinalará o fim do congresso.
Em 2011, aquando da sua reeleição, o dirigente afirmou que seria o seu último mandato, mas, após uma digressão, na passada semana, pelas seis confederações do futebol mundial, deixou no ar a possibilidade de se recandidatar, embora não o tenha afirmado oficialmente.
Até ao momento, apenas o francês Jerôme Champanhe, de 55 anos, ex-vice secretário-geral da FIFA, se declarou oficialmente candidato à liderança do organismo, mas o nome de Michel Platini, presidente da UEFA, é tido como potencial concorrente à sucessão do dirigente suíço.
Durante um dos seus discursos de hoje, sem mencionar o Mundial2022 ou o país anfitrião, o Qatar, Blatter afirmou: “O futebol já não é apenas um jogo, pois transformou-se numa empresa que gera milhões de dólares e, por isso, é alvo de algumas controvérsias e situações complicadas”.