Ainda bem. Ao segundo dia de competição, a primeira grande surpresa do Campeonato do Mundo. A Holanda ‘cilindrou’ a Espanha (5-1), numa reedição da final do Mundial-2010, que na altura sorriu a ‘nuestros hermanos’. Os atuais bicampeões da Europa e Campeões do Mundo levaram um gélido banho de água. E agora?
Nem tudo correu mal à turma de Del Bosque. A Espanha entrou mandona, a controlar o esférico e a Holanda manteve-se na expetativa. Logo nos primeiros minutos foram bastante claras algumas debilidades do quarteto defensivo da ‘Laranja Mecânica’, com Diego Costa a causar estragos. Xabi Alonso marcou através de uma grande-penalidade muito duvidosa (mais uma!) e adiantou a ‘La Roja’. Tudo estava a correr bem.
Esperava-se o habitual. A posse de bola a pertencer à Espanha e um meio-campo pouco posicional, tentando ludibriar o posicionamento dos centrais holandeses. Tudo seguia dentro do esperado, até que, aos 44 minutos, Van Persie mergulhou de forma espetacular para uma bola difícil e bateu Casillas – 1-1 no descanso, tudo em aberto!
Mas, foi no reatar da partida que a Espanha não se livrou também de mostrar muitas fragilidades. É verdade. Ninguém é impune a momentos de menor felicidade e até a seleção que dominou o futebol mundial nos últimos anos tem lacunas. Mais lacunas do que há quatro anos.
Começando pela baliza, Casillas não viveu um dia feliz. O histórico guardião do Real Madrid e da Espanha não competiu na Liga BBVA durante a época e parece estar a acusar alguma impreparação. De qualquer forma, nada justifica o alarido que se tem criado nas redes sociais depois de um dia menos feliz. Pique e Sergio Ramos, esses sim, estiveram muitos furos abaixo do que era esperado. Desconcentração, mau posicionamento, erros constantes. A verdade é que Van Persie e Arjen Robben fizeram o que quiseram de dois dos defesas-centrais mais cotados do futebol mundial.
De destacar ainda, pela negativa, a lentidão do meio-campo constituído por Xabi Alonso, Xavi e Sergio Busquets. Demasiado repetidos entre si, demasiado iguais. Iniesta ainda tentou agitar as águas, mas, sobretudo, notou-se a falta de um jogador mais rápido, que acelerasse numa das alas. Na frente, Diego Costa mostrou ser um ‘reforço’ para a ‘La Roja’. Por seu turno, Fernando Torres ainda não justificou a sua preferência em relação a jogadores como Fernando Llorente e Alvaro Negredo, que ficaram em casa.
Tal como em 2010, na África do Sul, a Espanha entrou com uma derrota. Há quatro anos também perspetivaram o fim da hegemonia de ‘nuestros hermanos’, mas enganaram-se redondamente. Ontem, o aviso parece ter sido mais sério e Del Bosque terá que mudar alguma coisa, nem que seja apenas do ponto de vista psicológico.
Acredito que tudo tem um fim, no futebol e na vida, mas não me parece que tenham razão aqueles que já ‘mataram’ o ‘tiki-taka’. O modelo de posse constante por excelência. Como adepto de futebol, a vitória holandesa de ontem apenas aguçou o meu interesse por este Mundial-2014. A possibilidade (forte) de um Brasil-Espanha já nos oitavos-de-final agrada-me muito. E agora Del Bosque? E agora Espanha? Estamos cá para ver.
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