Comentário: Calculismo e eficácia dos italianos fez pender a balança

O jogo teve raras oportunidades de golo, porque a Itália é uma equipa sólida a defender, com jogadores que sabem encurtar os espaços, deixando, desde cedo, perceber que ganharia quem fosse mais eficaz no aproveitamento das oportunidades que surgissem.

Tradicionalmente forte nesse campo, a Itália marcou na primeira oportunidade, contra a corrente do jogo. Pontapé de canto, aos 35 minutos, batido por Verratti, Pirlo faz uma simulação preciosa, deixando passar a bola para Marchisio “fuzilar” de fora da área, batendo Joe Hart.

Os italianos sentiam grandes dificuldades a estender o jogo à área inglesa porque saiam sempre com lentidão na primeira fase de construção, em posse de bola, passando sempre pelos pés de Pirlo, deixando Balotelli sempre muito entregue a si próprio, apenas com Candreva como apoio mais próximo e o lateral Darmian a projetar-se pela ala direita.

A Inglaterra foi sempre uma equipa mais agressiva em termos ofensivos, com Welbeck na direita a criar grandes problemas ao central adaptado a lateral Chiellini, e com um miúdo de 19 anos, Sterling, do Liverpool, a brilhar e a criar desequilíbrios com a sua capacidade de improvisação e aceleração.

O golo de Sturridge, aos 37 minutos, num lance em que Rooney explorou o adiantamento de Darmian para fazer um cruzamento letal, pôs justiça no resultado, mas a classe de Balotelli quase colocou a Itália na frente em cima do intervalo, num “chapéu” a Joe Hart, valendo o desvio de Jagielka sobre a linha.

Na segunda parte foi mesmo Balotelli a decidir, de cabeça, aos 50 minutos, após cruzamento precioso de Candreva ao segundo poste, o que acentuou o recuo da Itália e a sua tentativa de quebrar o ritmo, à medida que a elevada humidade no coração da Amazónia (acima de 80 por cento) se fazia sentir em todos os jogadores e que os dois treinadores procuraram contrariar com a entrada de elementos mãos frescos.