O avançado Cristiano Ronaldo revelou hoje que, mesmo com dores, está apto fisicamente para defrontar na segunda-feira a Alemanha, na estreia da seleção portuguesa de futebol no Mundial2014, mas advertiu que "um jogador não faz uma equipa".
"Se estou a treinar já há alguns dias é porque me sinto bem. Queria não ter qualquer dor, mas desde que jogo futebol não deve ter havido um único dia em que jogue sem dores. São ossos do ofício", resignou-se Cristiano Ronaldo, durante a conferência de imprensa realizada no estádio Arena Fonte Nova, em Salvador, palco do embate da primeira jornada do Grupo G da fase final.
O melhor futebolista mundial em 2013 falhou grande parte do estágio de preparação, devido a dores musculares na coxa esquerda e uma inflamação no tendão rotuliano, mas garantiu que fez sempre parte dos seus planos recuperar a tempo do Campeonato do Mundo, não obstante as "infelizes declarações de muitas pessoas", que não especificou, em sentido contrário.
"Se quando não me sentir bem sou o primeiro a dizê-lo ao treinador e o treinador também já disse que em primeiro lugar está a saúde dos jogadores. A minha carreira vai durar mais alguns anos e não a vou pôr em risco por um jogo ou um Mundial. Em primeiro lugar estou eu e só depois o futebol. Foi 'bobagem'", ironizou.
Melhor marcador da história da equipa lusa, com 49 golos, Cristiano Ronaldo não escondeu a sua importância na seleção nacional, admitindo que pode "fazer a diferença em muitos jogos", mas rejeitou que carregue "a equipa às costas", lembrando que "um jogador não faz uma equipa".
Cristiano Ronaldo observa "uma onda positiva à volta da seleção de Portugal", criada também com a ajuda do povo brasileiro, e sente que "as coisas vão correr bem" e que a equipa das quinas vai "entrar com o pé direito" no Mundial2014, apesar de defrontar "um dos favoritos a vencer a competição".
"Sabemos que é uma seleção muito forte, mas também temos as nossas armas. Não estamos no lote de favoritos, mas isso até é bom. Gosto de desafios e de dar o meu melhor em todas as competições. Amanhã [segunda-feira] começamos uma competição muito importante para nós frente a uma das melhores equipas do Campeonato do Mundo", notou.
O jogador do Real Madrid assinalou que está a atravessar, "seguramente, o melhor momento da carreira" - ainda que deva ter sido sempre essa a sua resposta nos últimos anos, como o demonstram "as estatísticas e o currículo" -, mas preveniu que isso pode não ser suficiente para Portugal conquistar o título.
"Todas as seleções querem ganhar, mas temos de ser realistas: não somos favoritos. Teoricamente, há seleções mais fortes do que nós, mas no futebol tudo é possível. Este é um campeonato muito difícil, mas isso não nos afasta do pensamento a ideia de que podemos ganhar", garantiu.
O avançado está consciente do historial frente à representação germânica, em especial as três derrotas em fases finais dos dois maiores torneios internacionais (Mundial2006, Euro2008 e Euro2012), mas defendeu que esse tipo de registo histórico existe para ser contrariado.
"O saldo tem sido muito positivo para eles, mas vou tentar mudar isso. Lembro que o Real Madrid não ganhava ao Bayern de Munique há vários anos e não ganhava a Liga dos Campeões e isso mudou. Sinto que este vai ser o ano da seleção portuguesa e estou convicto que amanhã será melhor", concluiu.