O Vitória de Guimarães e o Estoril-Praia apresentaram na segunda-feira um recurso no Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a solicitar a nulidade das eleições na Liga, disse hoje à Lusa fonte vimaranense.
"O Vitória de Guimarães e o Estoril, que são o rosto de um conjunto mais alargado de clubes, apresentaram na segunda-feira um recurso no Conselho de Justiça da FPF a solicitar a nulidade do ato eleitoral, porque o que teve lugar está inquinado, pelo que um novo processo eleitoral tem de ser aberto”, disse o diretor desportivo do Vitória, João Martins, a propósito da reeleição de Mário Figueiredo como presidente, com 10 de 27 votos possíveis.
João Martins explicou que "foi ainda pedido que o CJ abra um processo disciplinar contra o presidente da mesa da Assembleia geral, Carlos Deus Pereira", que rejeitou as candidaturas de Fernando Seara e Rui Alves, alegando irregularidades e aceitando somente a lista de Mário Figueiredo.
Paralelamente às ações na justiça desportiva, os clubes recorreram, segundo João Martins, também à justiça civil. "Hoje foi apresentada nas Varas Cíveis da Comarca do Porto uma providência cautelar de forma a suspender todos os efeitos da AG eleitoral", afirmou.
Os clubes, conforme referiu ainda João Martins, "ponderam mais mecanismos, tais como intentar uma ação criminal contra o presidente da mesa da AG, por abuso de poder e uso discricionário do mesmo".
"Foi sempre tudo na base do 'quero, posso e mando'. É um golpe de estado. Pensamos também expor o caso à tutela, ao Governo, porque é o interesse público, o futebol português, que foi posto em causa. As pessoas estão agora um pouco enlevadas pelo Campeonato do Mundo, mas se no domingo cairmos, vão perceber que o futebol português é, na sua essência, os campeonatos”, finalizou.