O futebolista internacional marfinense Yayá Touré criticou hoje o seu clube, o Manchester City, por não lhe ter permitido passar uns dias com o seu irmão, doente em estado terminal com cancro, que morreu na semana passada.
"Gostava de ter passado quatro ou cinco dias com o meu irmão antes de viajar para preparar o Mundial com a Costa do Marfim. Mas o City não quis dar-me esses dias. Tinha de ir celebrar o título de campeão [de Inglaterra] a Abu Dhabi, enquanto o meu irmão pequeno se apagava numa cama de hospital", escreveu o jogador numa coluna hoje publicada na revista France Football.
Touré lamenta não ter insistido mais sobre o seu desejo junto dos dirigentes do City, que tinham conhecimento do problema.
"Sabiam bem que sofria por dentro havia meses por ver como piorava a saúde do meu irmão. Essa foi a razão pela qual tive várias lesões no final da temporada. A cabeça tomou o controlo do corpo. Os últimos quatro meses foram, sem dúvida, os mais duros da minha vida", acrescentou.
O jogador sublinha que, apesar das alegrias desportivas vividas com o City, a dureza da doença do seu irmão Ibrahim causava-lhe muita dor. "Quiserem que me tornasse insensível e o pior é que lhe permiti que o fizessem", disse.