Declarações no final do encontro entre Itália e Uruguai (0-1), da terceira jornada do Grupo D do Mundial de futebol de 2014.
Cesare Prandelli (selecionador de Itália): “Eles não tinham rematado à nossa baliza, mas, depois da falta do Marchísio [expulso aos 59 minutos], as coisas complicaram-se. Penso que perdemos o jogo porque ficámos com 10.
O árbitro não pode condicionar assim um jogo. Não penso que a falta justificasse a expulsão.
A Itália ficou num grupo muito difícil. Fizemos um grande primeiro jogo (2-1 à Inglaterra), o segundo foi mau (0-1 com a Costa Rica) e o terceiro jogámo-lo até ao fim, contra um grande Uruguai, que quase não rematou, apesar de ter avançados muito fortes.
Foi um erro (que nos custou a derrota) e assumo toda a responsabilidade.
Fomos a única equipa que jogou em Manaus e duas vezes às 13:00 horas [locais], o que desgastou muito a equipa. Mas, não quero arranjar desculpas. Temos de fazer uma grande reflexão”.
Gianluigi Buffon (guarda-redes da Itália, eleito o melhor em campo): “O que ocorreu gera uma grande tristeza para toda a equipa e também para toda a Itália.
Este prémio [melhor em campo] é uma honra para mim, mas estou muito triste pela derrota, como todos os meus companheiros e, seguramente, toda a Itália.
De futuro, haverá que pensar, refletir e examinar que coisas não fizemos bem, de forma a mudá-las”.
Giorgio Chiellini (jogador de Itália): "Ele [Luis Suarez] mordeu-me, é claro, ainda tenho a marca. O árbitro deveria ter apitado e mostrar-lhe o cartão vermelho, igualmente porque ele simulou".
Oscar Tabarez (selecionador do Uruguai): "Mudámos um pouco o nosso posicionamento, tendo em conta as qualidades da Itália e do seu meio campo, onde o Pirlo é fundamental, e dos seus avançados, que era preciso controlar.
Os jogadores souberam adaptar-se. O jogo foi difícil, como esperávamos. Depois da expulsão de Marchisio, tentámos instalar-nos junto da área italiana. As duas equipas deram tudo, mas as circunstâncias favoreceram-nos e pudemos marcar num canto, um belo golo. Amanhã, começaremos a pensar no jogo dos oitavos de final, sem dúvida com a Colômbia.
Quando acontece um golo que significa tanto, é como uma explosão de alegria. Os jogadores uruguaios nunca se esquecem da paixão que tinham quando eram crianças e o seu sentimento como adeptos. Conseguiram o que tinham sonhado.
A mordidela de Suarez em Chiellini? Tenho de rever as imagens, porque não vi, se é que aconteceu. E, em primeiro lugar, o árbitro não viu. Não me merece nenhum outro comentário, pois houve coisas bem mais significativas neste jogo. Não vi a cena e não aceiro que falem por mim. É o tema preferido de certas pessoas e de uma certa imprensa. Penso que existe uma animosidade evidente contra ele. Se virmos erros, seremos os primeiros a falar, sempre num espírito positivo. Ele foi sancionado e tentou dar outra imagem. Tenho impressão que estamos a ir buscar as mesmas coisas e não quero comentar os sentimentos que alguns possam ter contra ele.
Diego Godin (autor do golo do Uruguai): “O trabalho da equipa foi impressionante. Tivemos sempre fé, acreditámos até ao fim que podíamos marcar.
Merecemos esta vitória e estamos nos oitavos de final, que era o nosso objetivo.
(O golo) Tinha vários companheiros à frente e entrei por trás e a bola entrou. Não há palavras para descrever o que senti. Fez-me recordar o golo de Alcides Ghiggia, no Maracaña (selou o triunfo por 2-1 sobre o Brasil e o título do Uruguai, em 1950).
Dedico esta vitória a todos os nossos jogadores, que foram impressionantes, e a todas as pessoas que sofreram por nós, no Uruguai”.
Luis Suarez (jogador do Uruguai): “É incrível o que conseguimos. Merecíamos reverter a situação, depois de termos entrado a perder. Agora, estamos nos oitavos de final.
O calor era incrível e houve muito desgaste físico.
[Com o passar dos minutos e sem marcar, qual era o sentimento] Estávamos tranquilos, porque sabíamos que iríamos criar situações de golo. O golo veio de bola parada e é igual.
Agora, vamos festejar e depois pensar no próximo rival”.