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Comentário: Ronaldo marca 'finalmente' no amargo triunfo sobre o Gana

O avançado Cristiano Ronaldo surgiu hoje, a 10 minutos do fim do Mundial2014, para oferecer à seleção portuguesa de futebol uma vitória insuficiente sobre o Gana, por 2-1, que atirou as duas equipas para fora da competição.

Comentário: Ronaldo marca 'finalmente' no amargo triunfo sobre o Gana

O melhor futebolista mundial de 2013, o "eixo monumental" em torno do qual deveria girar - mas não girou - todo o futebol da seleção nacional, aproveitou um ressalto para estabelecer o 2-1 aos 80 minutos, depois de um autogolo John Boye ter colocado Portugal em vantagem, aos 31, e de Asamoah Gyan ter restabelecido o empate, aos 57.

Para atingir os oitavos de final, a equipa lusa precisava de golear o Gana e de esperar que o embate entre Estados Unidos e Alemanha, no outro jogo do Grupo G, não terminasse empatado. Os pressupostos não eram animadores e o desfecho confirmou-o: se a Alemanha fez a "sua parte", vencendo os norte-americanos por 1-0, a equipa das quinas não conseguiu melhor do que magro triunfo sobre os africanos.

Depois da goleada por 4-0 encaixada na estreia frente à Alemanha e do sofrido empate 2-2 com os Estados Unidos, a despedida do Mundial2014 foi, ainda assim, menos amarga, com a equipa lusa a reencontrar alguma precisão do seu futebol em Brasília, uma cidade desenhada a regra e esquadro por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, considerada um património mundial pela UNESCO.

Com cinco jogadores impedidos de jogar devido a lesão, o selecionador Paulo Bento apresentou o terceiro "onze" diferente no torneio, destacando-se o regresso de Pepe, que cumpriu um jogo de suspensão frente aos Estados Unidos, a passagem de Miguel Veloso para defesa esquerdo e as apostas em William Carvalho e Ruben Amorim no meio campo e em Éder no ataque.

O Gana devia ser a única seleção com mais problemas do que Portugal, devido ao atraso no pagamento dos prémios de participação aos atletas e às expulsões na véspera do jogo dos influentes Sulley Muntari (que já não podia jogar hoje, por estar suspenso) e Kevin-Prince Boateng, por motivos disciplinares.

No entanto, era em Cristiano Ronaldo que continuavam a estar postos todos os olhos e o avançado nunca esteve tão perto de marcar em todo o torneio como aos seis minutos - ainda que de forma inadvertida -, quando o seu cruzamento ganhou a direção da baliza, acabando por acertar em cheio na barra.

Se o guarda-redes Dauda estava irremediavelmente ultrapassado naquele lance, mostrou possuir excelentes reflexos a meio da primeira parte, ao desviar o remate de cabeça à queima-roupa do capitão da equipa lusa, mas pouco depois foi uma saída arrojada de Beto que impediu Gyan de inaugurar o marcador para o Gana.

Dauda só não foi capaz de evitar aos 31 minutos a "traição" de John Boye, que, pressionado por João Moutinho, desviou para dentro da própria baliza o cruzamento de Miguel Veloso, e o central ganês quase protagonizou o segundo capítulo perto do intervalo, mas, dessa vez, a bola saiu ligeiramente sobre a barra.

As notícias vindas da Arena Pernambuco eram positivas: o "incontornável" Thomas Müller, autor de três golos a Portugal, acabava de colocar a Alemanha em vantagem no arranque da segunda parte, mas, num ápice, os pressupostos inverteram-se e o sol de Brasília começou a sorrir para o Gana, até porque tinha um saldo menos negativo do que Portugal entre golos marcados e sofridos.

Miguel Veloso esqueceu-se de Asamoah Gyan e o avançado, melhor marcador da zona africana de apuramento, restabeleceu o empate aos 57 minutos, com um golpe de cabeça que Beto nunca poderia defender, e pouco depois foi Waris que, numa situação ainda mais privilegiada, errou o alvo, após nova jogada perigosa dos africanos pelo corredor esquerdo de Portugal.

Paulo Bento procurou mudar algo com a entrada de Varela para o lugar de João Pereira e mais tarde trocando Éder por Vieirinha, e quando parecia que a hora de Portugal já tinha passado surgiu, finalmente, Cristiano Ronaldo a aproveitar um alívio imperfeito da defesa ganesa e a festejar o seu primeiro - e único - golo no Campeonato do Mundo de 2014.

Os últimos 10 minutos poderiam ter sido memoráveis para o avançado, que esteve perto de marcar mais três golos e com isso colocar Portugal na segunda fase, mas, Dauda, primeiro, um desvio que saiu a escassos centímetros da barra, depois, e, de novo, a intervenção do guarda-redes do Gana impediram que o melhor jogador do Mundo fosse também elevado ao estatuto de herói nacional.

Num recinto tratado friamente pela FIFA por Estádio Nacional, mas que os brasileiros não deixam esquecer que recebeu o nome de Mané Garrincha, "a alegria do povo" e talvez o maior expoente do futebol local depois do "rei" Pelé, Portugal viveu uma despedida, apesar de tudo, menos sombria.

Confira aqui tudo sobre a competição.

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