Milhares de pessoas fizeram fila, todo o dia de hoje, em volta do Estádio Santiago Bernabéu, para prestar homenagem a Alfredo Di Stéfano, antigo futebolista do Real Madrid, falecido na segunda-feira, com 88 anos de idade.
O caixão da “Flecha Loura”, conforme ficou conhecido, encontra-se coberto pela bandeira “merengue”, ladeado por inúmeros troféus conquistados ao serviço da equipa espanhola, nas décadas de 50 e 60 do século passado.
Além da presença anunciada do presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e de alguns campeões europeus “encarnados”, que defrontaram Di Stéfano, como Artur Santos, Fernando Cruz, António Simões, José Augusto, Ângelo Martins e Mário João, a “família” madridista tem estado em peso.
O “capitão” do Real, o guarda-redes Iker Casillas, esteve quase sempre junto da família de Di Stéfano, e expressou por palavras o seu tributo ao lendário jogador na página oficial do clube: “Foi a sua geração que forjou a coragem, a vontade e o espírito de luta que nos foi passado, de década em década”.
A família real espanhola e o Governo também tornaram público o seu tributo ao argentino, que não resistiu a uma paragem cardíaca, enquanto a imprensa repete adjetivos como “génio”, “lenda” e “jogador completo”.
Entre as várias crónicas, destaque para a do diretor do “AS”, que escreveu: “nos pobres, isolados, envelhecidos e introvertidos anos da segunda metade dos anos 50, em Espanha, havia algo a que nos agarramos: o Real Madrid, as conquistas europeias, aquelas longínquas exibições em Belgrado, Viena, Bruxelas e Glasgow”.
“A antiga, forte e prestigiada Europa apenas nos fazia vénia diante do Real Madrid. E de Di Stéfano”, segundo Alfredo Relano.
De manhã, em conferência de imprensa, o presidente do Real Madrid, Florentino Perez, voltou a homenagear o símbolo do clube: “Deixou-nos, mas enquanto lenda perdurará eternamente”.
O caixão de “Don Alfredo” permanecerá no estádio até quarta-feira, por volta da hora do almoço, ao que se seguirá uma cerimónia fúnebre privada.