Declarações de Jorge Jesus, após a disputa da 36.ª Supertaça Cândido de Oliveira, que o Benfica conquistou, ao vencer o Rio Ave 3-2, após grandes penalidades, no Estádio Municipal de Aveiro.
"Em função daquilo que foram os 90 minutos, o Benfica deveria ter resolvido esta final, porque foi de facto a equipa que praticamente jogou dentro do meio-campo do Rio Ave. Aliás, nas três finais que nós jogamos com o Rio ave, penso que esta foi a final em que fomos mais superiores, mais evidentes em relação a todos os momentos do jogo e ao tempo do jogo. O Rio ave não nos causou problemas nenhuns. É verdade que no prolongamento ficou mais dividido. Foi injusto chegar 0-0 no final dos 90. Seria injusto perder esta final no prolongamento ou nas grandes penalidades.
[sobre se falta um reforço para finalizar] O futebol tem algumas situações de decisão que não se define pela falta de competência nem da equipa ou dos jogadores. Depois há fatores que temos de valorizar, por exemplo, o guarda-redes do Rio Ave. Há situações de falta de sorte e em algumas situações de golo podíamos ter feito melhor quando estávamos na cara do Cássio. Mas o futebol é isto e ficava preocupado se não visse o Benfica a jogar com esta qualidade. O Rio Ave não jogou mal. O Benfica é que não deu oportunidades ao Rio Ave. Fomos uma equipa muito agressiva do ponto de vista ofensivo e defensivo. Os nossos setores estiveram todos bem ligados. A equipa do Benfica está de parabéns e os adeptos também: mais uma vez demonstraram todo o poder do que é o Benfica.
Cinco anos. Este é o sexto. A maior parte destes jogadores já fez nove finais. Umas ganharam, outras perderam. Vamos ver se no registo para a história, vai haver muita gente a fazer isto em cinco anos.
[sobre o futuro do Enzo Peréz] A empatia [referindo-se ao público que aplaudiu muito o médio argentino] que têm pelo Enzo, têm de ter empatia por esta equipa toda. Em cinco anos fizemos nove finais. Esta equipa já ganhou em Portugal, tudo o que havia para ganhar. E eu com eles. Claro que há mais títulos. Continua a haver objetivos. Onde está o Enzo, estão incluídos mais onze ou doze ou treze jogadores que têm ganho tudo em Portugal. É tao importante como os outros.
[sobre "desassossego" com Artur] Tive muitos diálogos com vários jogadores, não tive só com o Artur.
Acho que não surpreendemos. Confirmamos aquilo que fizemos no ano passado. Eu estava tranquilo, porque sabia que no primeiro jogo a sério, a maior parte dos onze jogadores que iam entrar, seriam jogadores que já trabalham comigo há vários anos. Só estava o Eliseu e o Talisca [de novo]. Todos os outros já sabem o que a equipa quer quando tem bola e quando não tem bola. Nada me surpreendeu. Estes jogadores têm feito um somatório de vitórias para o Benfica. Têm estado em todas as decisões. É verdade que algumas não ganhamos como a Liga Europa [derrota por 4-2, após grandes penalidades com o Sevilha, em Turim]. Todos os adeptos têm de estar satisfeito com todos e não individualmente. O que é importante é o todo e não a soma das partes. Uma equipa é isso. Os jogadores do Benfica estão conscientes daquilo que têm de fazer. Às vezes temos dificuldades: encontramos adversários fortes e também não conseguimos. Mas no somatório vai ficar registado: no ano 2014 ganhamos tudo e só não ganhamos a Liga Europa".