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Futebol feminino ganha terreno em Cabo Verde

O futebol feminino continua a ganhar terreno em Cabo Verde, com o aparecimento de mais atletas, mais equipas e mais competições oficiais, mas ainda há um longo caminho a percorrer para a massificação.

Futebol feminino ganha terreno em Cabo Verde
Futebol 365

"O futebol feminino está a evoluir, mas precisa de muito mais apoio. Há mais equipas, mais atletas, mais adeptos e agora as pessoas acreditam na qualidade das meninas", dizer à agência Lusa Manaus, que no ano passado foi a melhor marcadora do campeonato de Cabo Verde, com 10 golos.

Marizia Lima, conhecida no futebol por Manaus, foi contratada pelo Atlético Ouriense, campeão de Portugal, ao serviço do qual marcou um golo no jogo do título frente ao Albergaria (3-1). Com apenas 19 anos, esta jogadora nascida na Ilha do Sal, sonha em jogar no Real Madrid.

Em Cabo Verde, disse, porém, falta experiência aos treinadores, mas a organização melhorou muito, a ponto de as pessoas apostarem mais no futebol praticado por mulheres.

Para Tchoiss Pinto, treinador da equipa do FC Porto Novo, que este ano participou pela primeira vez no campeonato nacional de futebol feminino, a modalidade está a desenvolver-se no país e a realização do campeonato nacional é mais um incentivo para as jovens.

"É preciso acreditar mais nas meninas. O futebol feminino tem muita qualidade", sublinhou o jovem de 19 anos, que como jogador representa a Académica do Porto Novo e a seleção de Santo Antão.

Tchoiss Pinto considerou que a criação de uma seleção nacional seria outro incentivo para as jogadoras, que abdicam de muitos afazeres para se aventurarem num mundo maioritariamente dominado por homens no arquipélago.

A mesma opinião tem Igo Gomes, vice-presidente da equipa do Sport Clube Santa Maria, representante da ilha do Sal no quarto campeonato cabo-verdiano.

"Sal é uma ilha que sempre apostou no futebol feminino e tem dado muitos frutos", salientou Igo Gomes à agência Lusa, para quem há um "bom trabalho" de formação na ilha, o que tem permitido as equipas participarem femininas nas provas de futsal e de futebol de 11.

O problema, no sue entender, tem a ver com o acompanhamento. “Mas o futebol feminino tem muita qualidade", prosseguiu Igo Gomes, dizendo que, prova disso, é que, em quatro anos, o Santa Maria já conseguiu vários patrocinadores na ilha do Sal.

"O futebol feminino está num bom caminho em Cabo Verde. É de degrau a degrau que vamos melhorando e assim chegar a um patamar melhor", prossegui o dirigente à agência Lusa, para quem é preciso começar na formação de base, como forma de "colher frutos amanhã".

Pelo segundo ano consecutivo, o nacional de futebol feminino de Cabo Verde, com sete equipas, mais uma do que o ano passado, foi realizado na Cidade da Praia, enchendo de orgulho e responsabilidade o presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul (ARFSS), que, além da Praia, representa os concelhos de São Domingos e Ribeira Grande de Santiago.

"Antigamente, era quase impossível falar de futebol feminino em Cabo Verde. Mas já temos quatro anos seguidos a realizar o campeonato nacional. O futebol feminino já está a massificar e a chegar a todas as regiões desportivas do país", indicou Mário Avelino Donnay, para quem é preciso um "apoio efetivo" das autoridades competentes para que chegue a outro patamar.

Donnay Avelino, que realizou um campeonato em Santiago Sul com oito equipas femininas, considerou que há regiões mais fortes e com mais condições do que outras, mas, se houvesse mais apoios, todos poderiam estar no mesmo patamar.

Dizendo que para estar no futebol em Cabo Verde é preciso "esforço e boa vontade de muitos dirigentes e atletas", o antigo árbitro entendeu que é necessário Cabo Verde ter uma seleção nacional de futebol feminino para motivar ainda mais as meninas.

No próximo dia 23, o Estádio Nacional de Cabo Verde será inaugurado com um jogo entre as seleções femininas das ilhas de Barlavento - formada por Santo Antão, São Vicente, São Nicolau, Sal e Boavista - e de Sotavento - composta por Santiago, Maio, Fogo e Brava.

Para Inácio Carvalho, gestor daquela que já é a maior infraestrutura desportiva do país, apesar de algum ceticismo das pessoas, será uma forma de dar oportunidade ao futebol feminino, que a cada dia ganha mais espaço e conquista mais adeptos no país.

Hoje, joga-se a final de mais um campeonato nacional de futebol feminino, entre as equipas do Seven Stars, atual campeã nacional, e do Sporting da Brava.

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