A Associação Europeia de Clubes de futebol (ECA) voltou hoje mostrar-se contra a realização do Mundial2022, no Qatar, nos meses de inverno e reiterou que vai continuar a ter participação no processo de decisão da FIFA.
“Deve haver muitas boas razões para ter que alterar o calendário e colocar em perigo os campeonatos do Mundo inteiro. Necessitamos de mais informações antes de aceitar que o calendário seja perturbado”, afirmou o italiano Umberto Gandini, vice-presidente da ECA, no final de uma assembleia-geral do organismo, que decorreu durante dois dias em Genebra, na Suíça.
Na segunda-feira, a FIFA anunciou que escolheu os meses de janeiro e fevereiro ou novembro e dezembro como datas alternativas para a realização do Mundial do Qatar, decisão tomada após a primeira reunião de um grupo de trabalho encarregado de estudar o calendário para 2018/2024.
As críticas que surgiram devido às altas temperaturas que se verificam no Qatar no verão levaram a que a FIFA iniciasse consultas com as partes interessadas quanto à possibilidade do campeonato se disputar na estação invernal.
Para a ECA, as condições que seleções encontraram em Manaus, no último Campeonato do Mundo que decorreu no Brasil, são semelhantes ao que vai acontecer daqui a oito anos, no Qatar.
“Todo o mundo recorda-se dos avanços tecnológicos que os organizadores o Mundial do Qatar apresentaram e que estão a ultimar para os vários estádios que estão a construir. Claro que temos que estar preocupados com a saúde dos jogadores. Mais de 70 por cento dos jogadores que participam num Mundial atuam em clubes europeus”, lembrou Gandini.
Em maio, o presidente da FIFA, Joseph Blatter considerou que jogar o Mundial de 2022 no verão seria “um erro” e admitiu que o mais provável será realizar a competição no inverno.
Também o presidente da UEFA, Michel Platini, já se manifestou favorável a realização do Mundial durante os meses de inverno.
O grupo de trabalho da FIFA, que junta representantes de toda a “família do futebol”, volta a reunir em novembro para analisar o impacto das novas datas nas restantes competições.