A Federação Internacional do Automóvel (FIA) proibiu hoje as equipas de Fórmula 1 de usarem o rádio durante uma corrida para informar os pilotos sobre a prestação do carro ou a performance em pista.
Daqui em diante, segundo a decisão da FIA, as conversas via rádio a partir das "boxes" nas quais as equipas informam os pilotos de que estes estão a perder ou a ganhar tempo em determinada seção do circuito são consideradas "ilegais".
Esta decisão assenta numa aplicação mais restritiva do artigo 20.1 dos regulamentos da Fórmula 1, que estipula: "o piloto deverá conduzir o carro sozinho e sem ajuda".
"Para garantir que os requisitos do artigo 20.1 dos regulamentos da F1 serão respeitados em todos os momentos, a FIA tenciona fazer aplicar rigorosamente este regulamento, com efeitos imediatos", indicou a entidade que gere o desporto automóvel.
Assim, nenhuma conversa por rádio das boxes para o piloto pode incluir "informação relacionada com a performance do carro ou do piloto".
A circular da FIA foi enviada na quarta-feira à noite às 11 escuderias, na sequência de uma reunião do Grupo Estratégico da F1 na semana passada, em Monza.
O documento está assinado pelo diretor de corridas da F1, o britânico Charlie Whiting, e proíbe claramente uma prática corrente, por exemplo, nos líderes do campeonato, a Mercedes-AMG: um contato do engenheiro nas boxes ao piloto a dizer-lhe em que segmentos do circuito perde tempo para o seu companheiro de equipa.
O uso do contato via rádio aumentou nesta temporada, com a introdução dos novos motores V6 turbo híbridos, ainda mais complicados eletronicamente que os anteriores e mais complicados de gerir em termos de consumos de energia (combustível e eletricidade). Nesta época, os pilotos estão em contacto rádio com os seus engenheiros de forma quase permanente, várias vezes por volta.
Caso as equipas sigam à letra a decisão da FIA, as conversas por rádio - que fazem as delícias dos adeptos e dos jornalistas - passam a limitar-se à estratégia de paragem nas boxes e questões de segurança.