O ex-selecionador português de futebol José Augusto recordou à agência Lusa como conduziu a equipa das “quinas” à única vitória sobre a Argentina, há mais de 40 anos, numa caminhada "muito digna" até à final da Taça Independência.
José Augusto dissecou o triunfo por 3-1 no encontro disputado em 1972, no Brasil, o único obtido por Portugal em sete confrontos, na véspera de novo embate entre as duas seleções, que o antigo selecionador prevê que seja equilibrado e muito centrado no que farão Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
“O único jogo que (Portugal) ganhou foi comigo. Penso que, neste momento, é capaz de ser um jogo mais equilibrado”, observou o antigo internacional português, antecipando o particular de terça-feira, no estádio Old Trafford, em Manchester.
José Augusto lembrou que a seleção portuguesa de 1972 era composta “praticamente” pela “equipa do Benfica”, ao contrário do que sucede com a formação lusa que vai jogar em Inglaterra, para a qual não foi convocado nenhum futebolista “encarnado”.
“Tínhamos uma equipa muito rodada entre si, com excelentes jogadores, como o Eusébio. A Argentina era uma boa equipa e nós conseguimos eliminá-la e ir a final com o Brasil. Aliás, não os eliminámos só a eles, mas também a equipa uruguaia e a russa”, assinalou.
Dos três tentos marcados por Portugal, o ex-selecionador nacional tem memória apenas do terceiro, “um golo extraordinário de Dinis”, depois de Adolfo Calisto ter inaugurado o marcador e Eusébio também ter faturado, com a Argentina a marcar pelo meio, por Miguel Angel Brindisi.
“Fomos à final com o Brasil e perdemos precisamente no último minuto de jogo. Bola ao centro e acaba o jogo. Foi uma participação muito digna e pouca gente fala nisso. (...) O meio campo era uma fortaleza e tínhamos o Peres, que foi considerado o melhor jogador do torneio”, lembrou.
Na opinião de José Augusto, o oitavo confronto com a Argentina, que venceu cinco, empatou um e perdeu apenas um, servirá para a federação “encaixar mais algum dinheiro” e terá o seu foco nas atuações das estrelas das duas seleções: os avançados Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
“Messi é sempre um jogador importante, mesmo que não esteja no seu melhor. É um fora-de-série. Entre os dois, o nosso Ronaldo está em muito melhores condições e mais moralizado pelos golos que está a obter, embora do Messi se espere sempre que possa melhorar o seu estado físico”, notou.