O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, lamentou na quinta-feira a falta de compromisso de uma parte do setor público no desenvolvimento do desporto nacional.
Constantino, que falava após o jantar do 105.º aniversário do COP, sublinhou o bom relacionamento com a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, mas manifestou "razões de queixa de outros setores da vida pública nacional que não levam em linha e conta a importância social do desporto, que o menorizam" e que "deviam dar outro contributo".
"O sistema educativo, o sistema de saúde, o turismo, a área fiscal, há todo um conjunto de setores que confina com a atividade desportiva e nos quais não há representação institucional do desporto", frisou o presidente do COP.
Apesar de algumas parcerias, Constantino entende que "não é ao setor privado que cabe sustentar a equipa olímpica nacional e as missões de serviço público que presta" e por isso apontou também o dedo ao setor público.
"No âmbito das empresas púbicas e no âmbito da responsabilidade social das empresas públicas, há um contributo a dar ao serviço público que o COP presta e que a missão olímpica presta ao país", defendeu.
Sublinhando que a cerimónia foi um momento de homenagem a atletas e ex-atletas, mas também um momento de reflexão, o dirigente expressou as "preocupações que o movimento olímpico nacional tem em relação à situação desportiva nacional".
"Preocupam-me as federações e os clubes, porque os clubes são o elo mais fraco. Porque a situação que vivem muitas organizações desportivas, num quadro difícil, que é o da vida do país, as fragiliza e retira-lhes capacidade de trabalho relativamente à qualidade das nossas representações desportivas", lamentou.
Constantino manifestou, no entanto, a esperança de ver reduzido o impacto negativo da situação financeira do país, de forma a evitar, tanto quanto possível, afetar a qualidade da representação portuguesa nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.